Theo, um adolescente de 15 anos com autismo nível 3 de suporte e deficiência intelectual, está prestes a ingressar no ensino médio após ter uma experiência excepcional em uma escola pública municipal. Lá, ele foi totalmente incluído, feliz e recebeu todas as adaptações necessárias para seu desenvolvimento educacional. Sua mãe destaca a importância de uma escola comprometida com a inclusão e lamenta a reputação negativa das escolas estaduais, que muitas vezes não oferecem o suporte necessário para alunos com necessidades especiais.
Ao tentar matricular Theo em uma escola estadual em Vinhedo, Andréa Werner se deparou com uma situação desanimadora. A diretora informou que não havia sala de AEE (Atendimento Educacional Especializado) e que nunca haviam recebido um aluno com as características de Theo. Em outras escolas, a deputada foi informada de que o acompanhante teria que ser requisitado para a DRE (diretoria regional de educação), e que os profissionais disponibilizados poderiam ser desde estudantes do ensino médio até professores de outras disciplinas, sem formação específica para auxiliar um aluno autista de grau 3.
A Lei Brasileira de Inclusão das Pessoas com Deficiência assegura o direito dos autistas, em caso de necessidade, a um acompanhante especializado. No entanto, muitas secretarias da educação estaduais desrespeitam essas legislações, impondo regras próprias que dificultam o acesso dos alunos com deficiência a um ensino de qualidade.
Diante desse cenário, a deputada continua sua luta por justiça e inclusão. Ela destaca a importância do suporte profissional para alunos autistas, que vai muito além de simples auxílio físico. A mediação e a adaptação pedagógica são essenciais para que esses alunos tenham uma experiência educacional significativa.
O governo de São Paulo, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que possui um compromisso com a inclusão e acessibilidade ao currículo, disponibilizando mais de 8 mil profissionais de apoio para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras deficiências. No entanto, a realidade vivenciada por Andréa Werner e Theo mostra que ainda há um longo caminho a percorrer para garantir a plena inclusão de todos os alunos, sem distinção. É essencial que o Estado cumpra sua obrigação legal e garanta que nenhum estudante seja impedido de acessar a educação de qualidade que merece.