Os líderes dos Estados membros da Celac endossaram firmemente a exigência da Assembleia Geral das Nações Unidas de um cessar-fogo humanitário em Gaza e pediram que todas as partes envolvidas no conflito respeitem o direito internacional. A resolução da ONU, aprovada em dezembro de 2023, foi referenciada no documento.
Além disso, a declaração menciona os casos em curso na Corte Internacional de Justiça para avaliar se a ocupação de Israel no Estado da Palestina constitui violação do direito internacional e se os ataques israelenses a Gaza podem ser considerados genocídio. Os países da Celac também reiteram o apoio à libertação imediata e incondicional de todos os reféns e defendem a solução de dois estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado em fronteiras seguras e reconhecidas.
Durante a cúpula, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs uma moção à ONU pelo fim do genocídio de palestinos em Gaza, criticando a reação desproporcional de Israel aos ataques do Hamas. Lula ressaltou a importância de a comunidade internacional se posicionar diante da crise humanitária na região.
O Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel em outubro de 2023, resultando em mortes e reféns. Em resposta, Israel bombardeou infraestruturas do Hamas em Gaza, causando um grande número de mortes de civis. A guerra entre Israel e o grupo palestino tem suas raízes em disputas territoriais antigas.
A declaração da Celac também destaca a necessidade de garantir acesso humanitário às áreas afetadas e apoia a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina. O Brasil, juntamente com outros países doadores, suspendeu o financiamento à agência após denúncias de envolvimento de funcionários nos ataques do Hamas. A UNRWA abriu uma investigação para apurar o ocorrido.
A reintegração do Brasil à Celac em 2023, após três anos de afastamento, foi uma das primeiras medidas de política externa do presidente Lula em seu terceiro mandato. A comunidade é importante para o diálogo entre os países latino-americanos e caribenhos, representando uma voz conjunta dos países em desenvolvimento da região.