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Operação Verão na Baixada Santista chega a 39 mortos após suposto confronto com a Polícia Militar em São Vicente

Na tarde desta quinta-feira (29), um homem de 24 anos veio a óbito após ter sido baleado em um suposto confronto com a Polícia Militar em São Vicente, na Baixada Santista. O jovem estava internado desde a noite de terça-feira (27) no pronto-socorro do Hospital do Vicentino, mas não resistiu aos ferimentos. Com essa morte, chega a 39 o total de óbitos registrados durante a Operação Verão na região, iniciada após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, de 35 anos, em 2 de fevereiro.

Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública, o confronto ocorreu durante uma operação da PM contra o tráfico de drogas no bairro Jardim Rio Branco, em São Vicente. Os policiais foram surpreendidos por indivíduos armados na mata, resultando no confronto. Cinco suspeitos foram atingidos, sendo que quatro deles faleceram no mesmo dia e o jovem de 24 anos veio a óbito posteriormente.

Além do jovem, os outros mortos foram dois homens de 18 e 31 anos, e dois adolescentes de 17 anos. Um sexto suspeito foi detido e liberado após alegar que estava no local para comprar drogas e se escondeu na mata durante o tiroteio. Com o grupo, foram apreendidos revólveres, uma pistola, drogas, dinheiro e celulares.

A SSP afirmou que os fatos serão investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. A quantidade de mortes durante a Operação Verão de 2024 já a torna a segunda ação mais letal da história de São Paulo, ficando atrás apenas do massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 detentos foram mortos.

Parentes de um jovem cego de 24 anos afirmam que ele é uma das vítimas fatais da ação policial na Baixada Santista, conforme relatório da Ouvidoria da Polícia de São Paulo. Há relatos de abusos e violência policial durante a operação, com denúncias de execuções sumárias e destruição de câmeras de vigilância nas ruas.

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que a operação continuará apesar das críticas, alegando que as forças de segurança atuam dentro da legalidade. Até o momento, 797 pessoas foram presas e diversas armas ilegais e quantidades significativas de drogas foram apreendidas. Todos os casos de mortes em confronto estão sendo investigados rigorosamente pelas autoridades competentes.

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