A artista recifense Caetana se destaca no cenário musical ao se tornar a primeira cantora trans a gravar um frevo, considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Com 30 anos de idade, Caetana traz consigo uma bagagem de vida marcada por sua origem na comunidade do Coque, em Recife, onde encontrou na arte popular uma forma de expressão e resistência.
O marco histórico foi alcançado com o lançamento da faixa “Eu Gosto da Boa Vista”, presente em seu álbum “Afronordestina” e na versão Deluxe lançada recentemente. O disco é uma mistura de diferentes gêneros musicais que refletem as raízes culturais de Caetana, indo do coco de roda ao hip-hop, passando pelo frevo e pelo trap.
Nascida e criada no Coque, Caetana é uma artista multiuso, atuando como cantora, dançarina, agitadora cultural e produtora. Seu contato inicial com a arte foi marcado pela televisão, onde teve seu primeiro contato com a dança contemporânea. Ao longo dos anos, a artista se envolveu em diversas companhias de dança e fundou grupos como a Banda de Leão e o Maracatu Baque Forte.
Caetana também é uma voz ativa na luta por representatividade no cenário musical, destacando a importância de corpos trans e não-binários na cultura popular. Em São Paulo, onde atualmente reside, a artista encontra mais oportunidades para divulgar seu trabalho como artista independente.
Diante de um cenário ainda dominado por artistas brancos e cisgêneros, Caetana se destaca como uma figura que desafia os padrões estabelecidos e busca abrir caminho para uma maior diversidade e inclusão na cena musical pernambucana. Sua trajetória é marcada por resistência, luta e um constante desejo de transformação, refletindo a pluralidade e a riqueza cultural de sua terra natal. A presença de Caetana no cenário musical representa não apenas um marco histórico, mas também um convite para repensar e ampliar os horizontes da cultura popular pernambucana.