Projeto que permite empresas estrangeiras operarem voos domésticos é aprovado em comissão do Senado, com foco na melhoria da acessibilidade na Amazônia.

Na última quinta-feira (29), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou o projeto de lei 4.715/2023, de autoria do senador Sérgio Petecão (PSD-AC), que autoriza empresas estrangeiras a operarem voos domésticos no Brasil. O relator do projeto, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), destacou a importância da matéria para regiões como a Amazônia, que enfrentam sérias dificuldades de acesso a voos.

De acordo com Randolfe, a disparidade na oferta de voos entre capitais amazônicas, comparada com outras rotas nacionais e internacionais, é gritante. O senador citou como exemplo a diferença de preço médio de passagens entre Macapá para Belém e Brasília para Goiânia, além das longas horas de voo entre algumas cidades da região amazônica.

O projeto propõe uma alteração no Código Brasileiro de Aeronáutica, que atualmente permite apenas a operação de empresas brasileiras em voos domésticos. Com a mudança, empresas estrangeiras autorizadas pelo Poder Executivo poderão atuar em rotas específicas por motivo de utilidade pública ou interesse nacional.

O senador Petecão ressaltou que atualmente apenas três empresas detêm 99% do mercado de voos domésticos no país, o que contribui para o aumento dos preços das passagens. Além disso, ele destacou a baixa disponibilidade de voos em algumas regiões do país, como a Amazônia. A entrada de empresas estrangeiras no mercado nacional, em rotas específicas, poderia aumentar a competitividade e reduzir os preços.

Já o relator do projeto, senador Randolfe Rodrigues, enfatizou que a autorização para empresas estrangeiras operarem estará condicionada à aprovação do governo. Ele ressaltou que o objetivo não é uma abertura indiscriminada do mercado, mas sim estabelecer rotas específicas com base em critérios de utilidade pública e interesse nacional.

Uma emenda foi adicionada para garantir que as profissões de piloto de aeronave, mecânico de voo e comissário de voo sejam exercidas exclusivamente por brasileiros natos ou naturalizados. A proposta agora segue para análise da Comissão de Infraestrutura (CI), onde será discutida e votada pelos parlamentares.

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