No entanto, a tristeza tomou conta do desfecho desta história. Tadeo, que pouco falava o português, desapareceu do hospital no dia 7 e foi encontrado dias depois sem vida, com sinais de espancamento na cabeça. O caso foi registrado pela Polícia Civil como homicídio simples, porém, muitas questões ainda pairam sobre o episódio, desde seu desaparecimento até a misteriosa morte.
A investigação sobre o caso está em andamento, com o Ministério Público Federal abrindo um procedimento preliminar para apurar possíveis omissões por parte da área de saúde indígena. A região em que Tadeo vivia, atendida pelo DSEI Médio Rio Solimões e Afluentes, apresenta uma realidade de violência, abandono e desnutrição infantil, denunciada anteriormente ao escritório da ONU para prevenção de genocídio.
Lideranças de organizações indígenas estão acompanhando de perto o desdobramento deste trágico evento, enquanto a população indígena se mostra consternada e temerosa diante da necessidade de buscar tratamentos de saúde em regiões urbanas. No caso específico de Tadeo, seus conhecidos garantem que ele não apresentava problemas psicológicos. Enquanto isso, a mulher do jovem indígena, abalada e deprimida, decidiu mudar de aldeia para permanecer mais próxima ao local onde o corpo de seu marido foi sepultado.
A morte de Tadeo Kulina escancara a vulnerabilidade e a falta de assistência adequada aos povos indígenas, não só em regiões remotas, mas também nos centros urbanos. Resta aguardar as investigações e esperar por respostas que possam esclarecer os mistérios envolvendo este trágico acontecimento.