Desmatamento no Cerrado cai 48% em janeiro, mas Matopiba lidera destruição com 64% do total devastado no mês

No último mês de janeiro, dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), apontaram uma redução significativa na área desmatada em comparação com o mês anterior. A diminuição foi de 48%, chegando a 51 mil hectares. Esse resultado é atribuído à efetividade das políticas públicas de combate à degradação do bioma, bem como ao volume de chuvas que facilita a visualização de áreas abertas pelos especialistas.

A região do Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, foi responsável pela maioria do desmatamento no último mês, totalizando 64% do total. Ainda de acordo com o SAD Cerrado, Tocantins e Piauí perderam 10 mil hectares cada. Destaca-se que Tocantins apresentou um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o Piauí manteve o mesmo nível de desmatamento.

Minas Gerais e Mato Grosso do Sul também registraram um crescimento na vegetação devastada, com um total de 8 mil hectares desmatados, representando um aumento de 23% em relação ao ano anterior. Além disso, o município de Cotegipe, na Bahia, liderou a lista de desmatamento em janeiro, com cerca de 2 mil hectares perdidos, um aumento de 224% em relação ao mês anterior.

É importante ressaltar a relação entre a situação fundiária e as taxas de desmatamento, visto que os vazios fundiários foram a segunda categoria mais desmatada, correspondendo a 11% dos alertas, enquanto as áreas privadas representaram mais de 74% da vegetação derrubada. As áreas de Conservação também foram afetadas, com 5 mil hectares desmatados, sendo as mais impactadas as localizadas no Matopiba, como o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba e a Área de Proteção Ambiental Serra da Ibiapaba.

Diante desse cenário, especialistas do Ipam destacam a importância de medidas efetivas por parte do governo federal para preservar o Cerrado e a Amazônia, garantindo a manutenção das áreas verdes e a biodiversidade desses biomas. A conscientização e ações de combate ao desmatamento são fundamentais para a sustentabilidade ambiental e o equilíbrio ecossistêmico.

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