Fuga em Mossoró expõe fragilidades em penitenciária federal classificada como ‘boa’ pelo CNJ

A penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, que teve a fuga de dois presos no último dia 14, foi classificada como “boa” no sistema de inspeções penais do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) no mês de janeiro. De acordo com o conselho, as avaliações dos presídios consideram dados sobre segurança, estrutura e quantidade de pessoas nas unidades, e podem variar entre péssimas, ruins, regulares, boas ou excelentes.

O juiz federal Walter Nunes, corregedor do presídio de Mossoró, enviou as avaliações da unidade ao CNJ. Segundo informações obtidas, o juiz não verifica a condição da estrutura do presídio, pois essa não seria sua responsabilidade. Sua função é garantir o cumprimento dos direitos dos detentos.

A fuga dos dois presos em Mossoró não teria ocorrido devido às condições precárias da unidade ou à falta de câmeras de vigilância, mas sim pela não adoção dos procedimentos de segurança, como a ausência de revistas diárias nas celas e nos detentos. O Cadastro Nacional de Inspeções nos Estabelecimentos, ferramenta eletrônica do CNJ, consolida informações sobre inspeções em todo o país para controle dos órgãos judiciais.

Os presídios federais foram criados em 2006 com o objetivo de isolar criminosos de alta periculosidade e desarticular organizações criminosas. No entanto, quase 20 anos depois, a primeira fuga de detentos do sistema foi considerada grave pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Medidas de reforço, como o pedido de nomeação de mais policiais penais federais e o aumento das muralhas nas outras unidades, foram anunciadas.

Portanto, a situação da penitenciária de Mossoró, apesar da classificação “boa” no sistema de inspeções penais do CNJ, revela falhas nos protocolos de segurança que possibilitaram a fuga dos presos, gerando preocupação e a necessidade de reforço nas medidas de controle e vigilância nas unidades prisionais.

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