Demolição de casarão nos Jardins intensifica disputa entre mercado imobiliário e grupos contrários à verticalização em São Paulo.

Na última semana, a demolição de um casarão dos anos 1930 nos Jardins, uma das áreas mais nobres de São Paulo, desencadeou uma acirrada disputa entre o mercado imobiliário e grupos contrários à verticalização na região. A batalha travada no Conpresp, o conselho municipal de preservação do patrimônio, resultou na autorização para a demolição do casarão, o que gerou revolta em parte da população local.

Moradores do entorno, derrotados na tentativa de preservar o casarão, agora direcionam seus esforços para o caso do Parque Augusta, no centro da cidade, buscando pressionar por iniciativas de preservação de áreas verdes. Enquanto isso, nos bastidores do debate no Conpresp, outro embate semelhante surge em torno do tombamento de um grande conjunto de imóveis em Pinheiros, zona oeste da cidade.

De um lado, proprietários de imóveis reivindicam o direito de vender suas propriedades em um momento de valorização. De outro, grupos preservacionistas e setores políticos argumentam a necessidade de manter a história e a arquitetura da cidade, evitando a substituição de casas por prédios.

O terreno onde o casarão foi demolido, uma antiga residência de freiras, foi vendido por uma associação por um valor expressivo para uma construtora de alto padrão. A recusa de abertura de processo de tombamento pelo Conpresp gerou protestos da vizinhança, levando o caso a ter idas e vindas no conselho.

A legislação urbana de São Paulo, que estimula a construção de prédios mais altos em áreas estratégicas, tem sido alvo de críticas de grupos de moradores e de ativistas do patrimônio histórico. A revisão da Lei de Zoneamento pela Câmara Municipal, que pretende limitar a atuação do Conpresp e transferir decisões para os vereadores, também gera controvérsias.

Diante desse cenário, o debate entre preservação do patrimônio e desenvolvimento urbano continua acalorado em São Paulo, com diferentes atores buscando influenciar as decisões que moldarão o futuro da cidade. A luta entre interesses imobiliários e de preservação revela a complexidade do ambiente urbano paulistano e a necessidade de encontrar um equilíbrio entre a história e o desenvolvimento.

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