A escolha do Senador de Sergipe como relator da CPI gerou um mal-estar com Renan Calheiros (MDB-AL), que conseguiu as assinaturas necessárias para a abertura da investigação parlamentar em Alagoas, mesmo contra a vontade do governo. Calheiros, ao reagir à escolha de Carvalho, mencionou “mãos ocultas” que o vetaram da relatoria e afirmou que não participaria de “simulacros investigatórios” nem “jogos de cartas marcadas”.
Ainda que Calheiros não tenha citado nomes, nos bastidores a acusação foi interpretada como uma crítica a Arthur Lira (PP-AL), rival político de Calheiros em Alagoas, e ao próprio governo, representado por Jaques Wagner (PT-BA). Carvalho negou que o governo tenha interferido na escolha do relator e se comprometeu a responder a todas as suspeitas levantadas ao final da investigação.
Como relator da CPI da Braskem, Carvalho terá que equilibrar as acusações feitas pelo governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL). O Senador afirmou que pretende ouvir representantes da Braskem e de empresas envolvidas na exploração de sal-gema na região, além do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Carvalho deixou claro que a CPI não busca produzir um efeito imediato, mas sim gerar um debate e esclarecimento para a sociedade sobre os fatos que levaram à situação investigada. Ao final, o objetivo é apontar responsabilidades e medidas para prevenir que situações semelhantes se repitam no futuro. A investigação seguirá seu curso com a participação de diversos senadores e a busca por transparência e justiça.