A investigação iniciou em fevereiro, quando os animais foram encontrados em um veleiro de bandeira brasileira na costa africana. Quatro homens foram presos por transportar espécies protegidas pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, da qual o Togo é signatário.
Após garantir a sobrevivência dos animais com uma equipe de veterinários e especialistas, a repatriação foi cuidadosamente planejada. Os micos-leões-dourados, debilitados e desnutridos, receberam cuidados especiais, enquanto as araras-azuis-de-lear apresentaram sinais de estresse devido à situação de tráfico em que foram submetidas.
Os animais foram abrigados na sede da Embaixada do Brasil, em Lomé, onde passaram por um período de quarentena para recuperação. O Ibama avalia a possibilidade de colocar anilhas de marcação nas aves e microchips nos micos-leões para monitoramento futuro.
A operação Akpé foi um sucesso graças à integração de esforços de diferentes órgãos e à cooperação das autoridades do Togo. O nome da operação, que significa “obrigado” na língua local, reflete a gratidão pela colaboração no processo de repatriação.
Este caso não é isolado, infelizmente. Recentemente, duas ucranianas foram presas tentando sair do Brasil com ovos de arara-azul-de-lear, evidenciando a ação contínua de traficantes de espécies silvestres. A proteção da fauna silvestre é uma responsabilidade de todos e ações integradas como a operação Akpé são essenciais para combater esse crime ambiental e preservar as espécies em perigo de extinção.
