De acordo com o estudo, a indústria do plástico sabia da baixa demanda por resina plástica reciclável e das dificuldades na recuperação do material descartado. Documentos revelam que a incineração dos resíduos plásticos para produção de energia era considerada uma alternativa mais viável do que a reciclagem. Diante da crescente preocupação ambiental e de possíveis regulamentações, a indústria do plástico investiu em iniciativas como a criação de códigos de identificação de resinas plásticas, visando melhorar a gestão do material.
Segundo o relatório da ONG, a complexidade técnica e os altos custos dos processamentos dificultam a reciclagem efetiva do plástico. Além disso, a presença de diferentes composições plásticas no mercado e o uso de embalagens com camadas de outros materiais tornam o processo de reciclagem ainda mais problemático.
O estudo também aponta que a resistência econômica é um fator determinante, uma vez que a resina plástica virgem, produzida a partir de combustíveis fósseis, muitas vezes é mais barata do que a resina plástica reciclada. Isso levou as empresas petroquímicas a promoverem a reciclagem como uma solução viável, enquanto aumentavam exponencialmente a produção de resina virgem.
No Brasil, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos estabelece metas de reciclagem para embalagens plásticas, porém especialistas da área ambiental consideram esses objetivos insuficientes diante do volume crescente de resíduos gerados pela indústria. Ainda há um longo caminho a percorrer para que a reciclagem do plástico se torne uma prática efetiva e sustentável.
Diante das revelações do estudo da CCI, a sociedade e as autoridades governamentais precisam rever suas estratégias e políticas em relação ao plástico, buscando soluções mais eficazes e responsáveis para lidar com o problema dos resíduos plásticos. A conscientização e a mudança de comportamento são essenciais para enfrentar essa crise ambiental global em que a indústria do plástico desempenha um papel fundamental.
