Essa é a primeira vez que ocorrem prisões preventivas desde a conclusão do inquérito policial militar no último dia 16, que investigava o furto de 13 metralhadoras .50 e oito de calibre 7,62 do Arsenal de Guerra.
O Comando Militar do Sudeste não divulgou a patente e os cargos dos militares presos, e o Exército não confirmou se haverá novas detenções no caso. O processo está sob sigilo, de acordo com o Ministério Público Militar, que enviou parecer à Justiça Militar durante as investigações.
Em outubro do ano passado, o Exército solicitou a prisão de seis militares suspeitos de envolvimento no crime, porém, as solicitações foram rejeitadas pela Justiça Militar devido à falta de provas suficientes para comprovar a materialidade do delito.
Um dos investigados era um cabo que atuava como motorista do ex-diretor da unidade, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, exonerado do cargo após o furto. O militar apresentou um atestado psiquiátrico após se ausentar um dia do quartel e teria utilizado uma picape do diretor para transportar as armas para fora do quartel.
Até o momento, das 21 armas furtadas, 19 foram recuperadas pelas polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo, porém, duas metralhadoras com poder antiaéreo ainda estão desaparecidas.
O furto teria ocorrido nas primeiras horas do feriado de 7 de Setembro, quando o quartel estava vazio e o circuito de energia foi desligado, desativando as câmeras de segurança e o alarme do paiol. Pelo menos três militares teriam atuado para romper o cadeado que mantinha as armas guardadas e as transportaram para um veículo do Exército fora do quartel. O desaparecimento só foi notado em outubro, quando foi verificado que o local havia sido violado.
Após a descoberta, os 480 militares do Arsenal de Guerra de São Paulo ficaram aquartelados por uma semana e a liberação foi gradual. O Exército foi criticado pelo descontrole sobre dados de furto de armas, já que não possui informações unificadas e precisas sobre o assunto. Os números enviados apresentam divergências e informações desencontradas, revelando a necessidade de melhorias no controle e na segurança das armas sob a responsabilidade da Força.