O ato convocado por Bolsonaro ocorre em meio às investigações da Polícia Federal, que deflagrou a operação Tempus Veritatis no último dia 8. Nessa operação, o ex-presidente teve que entregar seu passaporte às autoridades devido à apuração sobre sua suposta participação em uma articulação para dar um golpe de Estado que interferiria nas eleições de 2022 ou na posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
As críticas por parte das lideranças petistas foram intensificadas ao longo do dia nas redes sociais do partido. Diversos posts ressaltaram os supostos crimes cometidos por Bolsonaro, incluindo a gestão da pandemia de Covid-19, interferências na Polícia Federal e enriquecimento ilícito. A hashtag #SemAnistia para o chefe do golpe foi amplamente compartilhada.
A convocação de Bolsonaro para a manifestação na Avenida Paulista foi interpretada como uma tentativa de mostrar força política em um momento delicado. Em um vídeo gravado para chamar seus apoiadores, o ex-presidente pediu um movimento pacífico em defesa do Estado Democrático de Direito e solicitou que não houvesse manifestações ofensivas contra qualquer pessoa.
Contudo, as críticas por parte das lideranças do PT não cessaram, com figuras importantes do partido como José Guimarães e Gleisi Hoffmann denunciando a atitude de Bolsonaro. O ministro Alexandre Padilha também compartilhou críticas ao ex-presidente em suas redes sociais, afirmando que Bolsonaro é um líder que não se sustenta.
Essa convocação de manifestação por Bolsonaro é vista como uma estratégia para desviar o foco das investigações da PF que atingem seu núcleo mais próximo. Com a recente prisão de alguns aliados e as operações que continuam em andamento, Bolsonaro parece tentar reverter a situação a seu favor através da mobilização de seus apoiadores. No entanto, as críticas e denúncias por parte do PT e de outros setores da oposição demonstram a forte polarização política que o país enfrenta neste momento.