Argentina recebe recomendação do FMI para proteger setores sociais durante reformas ultraliberais e busca pelo déficit fiscal zero.

Após a visita da subdiretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, à Argentina, surgiram recomendações sobre como o presidente do país, Javier Milei, deveria prosseguir com suas reformas econômicas ultraliberais. Segundo Gopinath, é crucial que as medidas adotadas para reduzir o déficit fiscal sejam equilibradas de modo a proteger os setores sociais mais pobres, evitando que o peso recaia inteiramente sobre eles.

A Argentina, que mantém um programa de crédito de US$ 44 bilhões (cerca de R$ 219 bilhões) com o FMI, enfrenta um cenário desafiador. Com uma inflação em alta e uma pobreza que ultrapassa os 50%, o governo de Milei busca alcançar o déficit fiscal zero ainda neste ano. Para tanto, tem adotado medidas drásticas, como a desvalorização da moeda e a liberalização de preços.

Gopinath ressaltou a importância de manter o valor real das aposentadorias e da assistência social, garantindo que acompanhem a inflação. Além disso, destacou a necessidade de investir em capital humano, especialmente diante das altas taxas de pobreza infantil, que ultrapassam os 55%.

Quanto aos planos de Milei de dolarizar a economia para concluir suas reformas, Gopinath afirmou que a decisão sobre o regime monetário de um país é soberana. No entanto, ressaltou a importância de manter um equilíbrio entre as medidas econômicas e o impacto social, visando proteger os mais vulneráveis da sociedade.

A expectativa é que, com esforços contínuos, a Argentina consiga reduzir a inflação para um dígito até meados deste ano e mantê-la em níveis baixos nos próximos anos. Para isso, será fundamental combinar medidas econômicas com investimentos em áreas como educação, visando um desenvolvimento sustentável e inclusivo para o país.

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