A Argentina, que mantém um programa de crédito de US$ 44 bilhões (cerca de R$ 219 bilhões) com o FMI, enfrenta um cenário desafiador. Com uma inflação em alta e uma pobreza que ultrapassa os 50%, o governo de Milei busca alcançar o déficit fiscal zero ainda neste ano. Para tanto, tem adotado medidas drásticas, como a desvalorização da moeda e a liberalização de preços.
Gopinath ressaltou a importância de manter o valor real das aposentadorias e da assistência social, garantindo que acompanhem a inflação. Além disso, destacou a necessidade de investir em capital humano, especialmente diante das altas taxas de pobreza infantil, que ultrapassam os 55%.
Quanto aos planos de Milei de dolarizar a economia para concluir suas reformas, Gopinath afirmou que a decisão sobre o regime monetário de um país é soberana. No entanto, ressaltou a importância de manter um equilíbrio entre as medidas econômicas e o impacto social, visando proteger os mais vulneráveis da sociedade.
A expectativa é que, com esforços contínuos, a Argentina consiga reduzir a inflação para um dígito até meados deste ano e mantê-la em níveis baixos nos próximos anos. Para isso, será fundamental combinar medidas econômicas com investimentos em áreas como educação, visando um desenvolvimento sustentável e inclusivo para o país.