Essa iniciativa ambiciosa busca restaurar pelo menos 100 milhões de hectares de terras degradadas na África até 2030, atraindo investimentos de governos ocidentais e entidades filantrópicas como o Bezos Earth Fund, criado por Jeff Bezos. No entanto, a pesquisa aponta que muitas áreas designadas para reflorestamento não são de fato florestas, mas sim savanas e pastagens, o que pode resultar em impactos ambientais negativos.
A coautora do estudo, Catherine Parr, alerta para a importância de plantar as árvores certas nos lugares certos, evitando danos aos ecossistemas não florestais. Mesmo com o projeto AFR100 defendendo a restauração de terras degradadas, a falta de clareza na definição de florestas e o foco exclusivo em plantio de árvores estão gerando controvérsias.
Alguns cientistas e conservacionistas defendem que é mais eficaz investir na prevenção do desmatamento e na proteção de áreas florestais já existentes. Uma preocupação levantada é a capacidade das árvores recém-plantadas de capturar quantidades significativas de dióxido de carbono e sua vulnerabilidade a eventos como incêndios florestais.
A questão do reflorestamento versus conservação das florestas naturais tem gerado debates acalorados entre especialistas e filantropos. Enquanto alguns defendem a importância de plantar um trilhão de árvores como forma de combater as mudanças climáticas, outros alertam para os possíveis impactos negativos dessa abordagem. A necessidade de mais pesquisas e uma abordagem mais sofisticada para a restauração de ecossistemas é evidente, à medida que as pressões ambientais globais continuam a crescer.