Taxa de suicídio entre jovens no Brasil cresce 6% ao ano, com aumento de 29% em notificações de autolesões, aponta estudo.

A preocupante taxa de suicídio entre os jovens no Brasil tem chamado a atenção dos especialistas. De acordo com um estudo realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Cidacs) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Bahia) em parceria com pesquisadores de Harvard, a taxa de suicídio nessa faixa etária cresceu a uma taxa média anual de 6% entre os anos de 2011 e 2022. Além disso, as notificações de autolesões entre os jovens de 10 a 24 anos aumentaram em impressionantes 29% ao ano no mesmo período.

Os dados revelados nesse estudo recentemente publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas apontam para uma realidade preocupante. As taxas de notificação por autolesões aumentaram de forma consistente em todas as regiões do Brasil, refletindo um cenário alarmante. A pesquisadora Flávia Jôse Alves, líder da investigação, ressaltou a importância de políticas e intervenções para lidar com essa questão.

A análise também abordou o impacto da pandemia da covid-19 na saúde mental, mostrando que, apesar do aumento dos transtornos mentais como ansiedade e depressão, as taxas de suicídio mantiveram-se em crescimento constante ao longo do tempo. A falta de acesso a dados de qualidade ainda é um problema em várias partes do mundo, mas, no Brasil, a existência de três bases de dados com informações sobre suicídio pode auxiliar na prevenção e monitoramento dessa triste realidade.

A psiquiatra Alessandra Diehl e a psicóloga Paula Zanelatto expressaram preocupação com os dados do estudo e destacaram a importância de fornecer suporte e informação para prevenir o suicídio entre os jovens. Iniciativas como o Centro de Valorização da Vida (CVV) estão disponíveis para oferecer apoio emocional e prevenção do suicídio de forma gratuita.

Diante desse cenário alarmante, é crucial que políticas públicas sejam implementadas visando a prevenção do suicídio e a promoção da saúde mental entre os jovens no Brasil. O diálogo aberto, o acesso a tratamentos adequados e o apoio emocional são fundamentais para lidar com essa questão de forma eficaz e humana. Enquanto isso, a sociedade como um todo deve estar atenta e disposta a oferecer ajuda e acolhimento a quem precisa.

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