Repórter São Paulo – SP – Brasil

Ministério da Saúde comemora queda de óbitos na Terra Indígena Yanomami, mas números mostram o contrário em 2023.

No início deste ano, o Ministério da Saúde divulgou um texto que celebrava uma suposta redução no número de óbitos na Terra Indígena Yanomami em 2023 em comparação com o ano anterior. De acordo com a publicação, as ações do Ministério teriam contribuído para essa diminuição. No entanto, o balanço oficial do ano ainda não havia sido finalizado, e os números mostraram que, na realidade, houve um aumento de mortes em comparação com 2022.

Ao ser questionado sobre essa discrepância, o Ministério da Saúde informou que a publicação se referia aos dados disponíveis em janeiro, o que gerou controvérsias e críticas por parte da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. Ela reconheceu que as ações implementadas no primeiro ano do governo Lula não foram eficazes o suficiente para resolver as questões enfrentadas pelos Yanomamis. Guajajara destacou a presença do garimpo como um obstáculo para o atendimento adequado aos indígenas e ressaltou que o governo federal focou principalmente em ações emergenciais ao longo do último ano.

Em uma entrevista coletiva, a ministra anunciou a transição de ações emergenciais para ações permanentes, com a instalação da casa de governo em Boa Vista. Porém, o Ministério da Saúde se absteve de responder sobre as principais causas de morte dos indígenas na região.

O governo Lula recentemente admitiu falhas na saúde indígena em um plano enviado ao STF, reconhecendo a necessidade de melhorias. Diante do aumento das mortes, o Ministério da Saúde justificou que os dados de 2023 não podem ser comparados com os anos anteriores devido a subnotificações. A atual gestão afirmou ter encontrado polos de atendimento fechados devido à ação de garimpeiros e destacou a retomada da assistência.

Além disso, o governo federal iniciou um Inquérito de Saúde Indígena em colaboração com o IBGE para analisar os registros de saúde de anos anteriores e esclarecer a discrepância entre os números do Censo e os registros do Ministério da Saúde. Essas investigações buscam melhorar o atendimento e a assistência à população indígena na Terra Indígena Yanomami.

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