Repórter São Paulo – SP – Brasil

Guerra na Ucrânia traz lucros bilionários para as gigantes do petróleo em meio a crise climática global

A guerra na Ucrânia completou dois anos neste sábado (24) e trouxe uma série de consequências não apenas para a população local, mas também para o mercado global de petróleo. Desde o início do conflito, as cinco maiores companhias petrolíferas do mundo – Shell, BP, Chevron, ExxonMobil e TotalEnergies – lucraram mais de US$ 281 bilhões.

Esses lucros exorbitantes das empresas de combustíveis fósseis foram impulsionados pela instabilidade geopolítica causada pela guerra na Ucrânia. O aumento do preço do petróleo, devido à interrupção das cadeias de abastecimento, teve impacto direto nos lucros dessas gigantes do setor.

Em meio ao cenário de devastação na Ucrânia, a Global Witness divulgou um relatório que evidenciou como as empresas de petróleo se beneficiaram do conflito. Enquanto a população sofre com as consequências da guerra, as grandes petrolíferas viram seus lucros dispararem.

As empresas britânicas Shell e BP lucraram juntas aproximadamente US$ 94,2 bilhões desde o início da guerra, cifra que supera o valor necessário para cobrir as despesas de eletricidade de todos os lares do Reino Unido por 17 meses consecutivos. A francesa TotalEnergies distribuiu cerca de US$ 15 bilhões aos acionistas, montante que poderia cobrir prejuízos causados por desastres naturais na França.

Esses lucros recordes levantam preocupações sobre o compromisso das empresas de combustíveis fósseis com a transição energética. Com a pressão crescente por ações contra as mudanças climáticas, as companhias estão sendo criticadas por não priorizarem investimentos em energias limpas.

Apesar das críticas, as empresas petrolíferas continuam seu foco na extração de petróleo e no aumento das emissões de carbono. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou a criticar a indústria por lucrar com a guerra e por não contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Apesar do cenário de lucros exorbitantes, a Agência Internacional de Energia projeta que a demanda por combustíveis fósseis atingirá um pico em 2030 e começará a cair a partir daí. O diretor executivo da agência destaca a importância da transição para energias limpas e os benefícios que ela pode trazer para o mundo.

Em um contexto de mudanças climáticas e transição energética, as empresas de combustíveis fósseis enfrentam críticas e pressões para se adaptarem a um novo cenário, mais sustentável e menos dependente de recursos não renováveis. A guerra na Ucrânia evidenciou o papel dessas empresas e as questões éticas envolvidas em seus lucros expressivos decorrentes de conflitos globais.

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