De acordo com o professor Enio Moro Júnior, gestor do curso de arquitetura e urbanismo da USCS, a universidade ganhou um edital da Fapesp para começar a montar o laboratório, que deve ser concluído em até dois anos. Ele explica que os estudos de impacto urbano de novos empreendimentos, normalmente, são realizados por empresas especializadas que cobram preços elevados pela análise. A proposta do laboratório, segundo Moro, é proporcionar um serviço inicialmente para as prefeituras do ABC e, em um segundo momento, oferecer esse serviço para outras cidades.
O laboratório vai analisar todo o impacto que os condomínios podem causar, como reflexos no saneamento, coleta de lixo, transporte público, vagas em escolas e hospitais, e a partir desse estudo, estabelecer contrapartidas. O urbanista ressalta que não é contra a verticalização, mas esta precisa ser realizada com critérios. “Tem aspectos positivos, como mais gente na cidade e uma relação interpessoal mais rica, mas também há muitos problemas. De acordo com o Estatuto das Cidades, as prefeituras devem tomar providências para minimizar esses impactos”, observa o professor.
Angelica Arbex, diretora de Marketing da Lello Condomínios e coordenadora do estudo, destaca que a verticalização de uma região muda toda a paisagem urbana da área. A geração de empregos e a ampliação da oferta de comércio e de serviços no entorno sempre acompanham a aceleração imobiliária. Ela concorda que a verticalização tem impactos e ressalta a importância de um laboratório como o desenvolvido pela USCS em parceria com a Fapesp.
A criação deste laboratório é um marco importante no estudo de impactos urbanísticos e trará soluções e diretrizes essenciais para garantir que as cidades estejam adequadas para o crescimento urbano gerado pela verticalização. Este avanço beneficiará não apenas o ABC, mas também outras regiões que estão passando por processos semelhantes de transformação urbana.
