É importante ressaltar que, apesar desse aumento na previsão, a estimativa da IFI ainda se situa em um patamar ligeiramente inferior às previsões feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central do Brasil e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que prevêem um crescimento de 1,7% e 1,8% para a economia do Brasil em 2024, respectivamente. Enquanto isso, o governo tem projetado um crescimento do PIB de 2,2% para o mesmo período.
Além da revisão do PIB, a IFI também ajustou a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, reduzindo a previsão de 4% para 3,9%, em parte devido à expectativa de moderação na trajetória dos preços das commodities em reais. Essa projeção deixaria a inflação dentro da meta pretendida pelo governo, de 3%, com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo.
No entanto, o relatório também aponta desafios fiscais para o Brasil, indicando um déficit primário de 0,9% do PIB, o que descumpriria a meta fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2024) de um déficit zero. Além disso, a dívida bruta pode alcançar 77,7% do PIB no fim de 2024, e 80,2% do PIB no ano seguinte, dificultando a estabilização no curto prazo.
Apesar das incertezas econômicas e fiscais, a IFI destaca a possibilidade de ampliação dos investimentos a partir da queda da taxa básica de juros, do aumento da confiança nos resultados da política econômica e da expansão do crédito via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Vale ressaltar que o RAF é produzido mensalmente pela IFI, contendo avaliações conjunturais sobre a macroeconomia, receitas e despesas públicas, e o ciclo orçamentário. A IFI foi criada pelo Senado no final de 2016 para ampliar a transparência nas contas públicas e tem como objetivo divulgar estimativas de parâmetros e variáveis relevantes para a construção de cenários fiscais e orçamentários.
Com um olhar crítico sobre a situação econômica do país, a IFI busca auxiliar na tomada de decisões por parte dos agentes econômicos e políticos, contribuindo para a estabilidade e crescimento sustentável da economia brasileira.