Repórter São Paulo – SP – Brasil

Presidente do Banco Central diz que juros do Brasil estão mais próximos da taxa neutra do que de outras economias emergentes.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, fez uma afirmação polêmica nesta quarta-feira, 21, ao dizer que os juros do Brasil, em termos reais, estão mais perto da taxa neutra do que os de outras economias emergentes. Durante um café da manhã da Frente Parlamentar da Economia Verde em Brasília, Campos Neto destacou que a diferença entre os juros reais e a taxa de equilíbrio aproximou-se muito da observada no mundo avançado.

Segundo o presidente do BC, quando comparados aos países emergentes, os juros do Brasil estão mais próximos da taxa de equilíbrio do que outros países. Ele citou o exemplo do Chile para embasar sua argumentação, afirmando que a taxa de equilíbrio no Chile, em termos reais, está entre 1% e 1,5%, enquanto no Brasil ela gira em torno de 4,5% e 5%. Isso levanta a questão: por que a taxa de equilíbrio do Brasil é tão alta?

Além disso, o debate sobre a ligação de preços aos riscos climáticos também foi abordado pelo presidente do Banco Central. Campos Neto ressaltou que os choques climáticos afetam não apenas os preços de alimentos e energia, mas também provocam prêmios de risco e atingem a estabilidade financeira, os balanços de bancos e as cadeias de suprimento.

Ao mencionar a importância do debate sobre a economia verde, Campos Neto enfatizou que o tema se tornou relevante no debate global, inclusive nas reuniões do G20, juntamente com a geopolítica e a reorganização de cadeias de produção.

Outro tema abordado foi o custo de logística em meio a tensões geopolíticas no mundo. O presidente do BC observou que a reorganização das cadeias globais de produção, influenciada por riscos na geopolítica, está custando dinheiro. Além disso, a transição verde não é linear ao longo do tempo, levando a aumentos de custo nas cadeias produtivas antes de resultar, no final, em ganhos de eficiência.

Durante o evento, Campos Neto também destacou que a economia global está seguindo um curso desinflacionário, com a continuidade da flexibilização monetária em emergentes e indicações de cortes de juros em breve nas economias desenvolvidas. No entanto, a inflação de serviços está muito alta no mundo, tendo em vista o efeito do mercado de trabalho aquecido.

Essas declarações do presidente do Banco Central geraram discussões e questionamentos sobre a política monetária e a economia verde, despertando o interesse de especialistas e membros do mercado financeiro. A afirmação de que os juros do Brasil estão mais próximos da taxa neutra do que os de outras economias emergentes foi um dos pontos mais polêmicos e debatidos, demonstrando a relevância e o impacto das declarações de Campos Neto.

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