Algumas dessas áreas já possuíam decretos de desapropriação expedidos em gestões anteriores, porém, sem efetiva transformação dos terrenos em parques municipais. Um exemplo é a área destinada ao Parque Natural Municipal Borda da Serra do Mar, que possui uma desapropriação prevista desde junho de 2009, na gestão do então prefeito Gilberto Kassab (PSD) e do secretário de Verde e Meio Ambiente, o ex-deputado Eduardo Jorge (PV).
Para o urbanista Kazuo Nakano, professor do Instituto das Cidades da Unifesp, a declaração de utilidade pública é o primeiro passo para a desapropriação, mas não garante a concretização do projeto. Ele ainda ressaltou que a iniciativa é necessária, mas tem um cunho eleitoreiro, já que Ricardo Nunes é pré-candidato à reeleição no pleito municipal que ocorre em outubro.
Ricardo Nunes inclusive mencionou casos de invasões em áreas de proteção ambiental no município, citando uma invasão realizada por Guilherme Boulos, seu adversário nas eleições, em uma área chamada Nova Palestina, localizada no extremo sul da cidade. Além disso, Nunes também destacou o projeto de criação do Parque Natural Municipal Borda da Cantareira, localizado no bairro de Tremembé, na zona norte de São Paulo, próximo ao trecho norte do Rodoanel. Outra área destacada é a de 219 hectares na avenida Sapopemba, na zona leste, que terá a finalidade de abrigar o Parque Municipal Morro do Cruzeiro.
A gestão Nunes irá desapropriar as 32 áreas verdes private para a criação de nove parques. As áreas a serem transformadas variam em tamanho e custo de desapropriação. Um dos parques é o Parque Linear Guavirituba, em que serão gastos R$ 18 milhões para desapropriar 11,5 hectares. Há ainda projetos para parques maiores, como o Parque Natural Municipal Borda da Serra do Mar, que demandará um investimento de R$ 60 milhões para desapropriar 6.383 hectares.