O relatório mais recente do Ministério da Saúde demonstra a existência de 308 mortes de yanomamis até novembro de 2023. Mais da metade dessas mortes foram de crianças com até 4 anos de idade, principalmente causadas por pneumonia, diarreia, malária e desnutrição. O número alarmante de casos de malária chega a mais de 25 mil.
O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, destacou que a precarização dos serviços e subnotificação de dados impediram uma análise conclusiva sobre as notificações. Além disso, ressaltou que há uma busca ativa para identificar mortes e doenças não registradas na última gestão.
Um inquérito em saúde indígena é realizado pela Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e os números de 2023 podem sofrer alterações. Tapeba afirmou que atualmente o território possui 40% a mais de profissionais de saúde comparado com 2022, mas admitiu que o atendimento ainda não chega a comunidades devido à exploração ilegal de ouro.
Os yanomamis enfrentam uma crise humanitária devido à invasão de garimpeiros em seu território. Em 2023, o governo Lula iniciou uma operação para retirada dos invasores e ações de emergência em saúde. Entretanto, a quantidade de áreas invadidas diminuiu no primeiro semestre, seguida por uma redução de ações de fiscalização a partir de setembro, o que resultou em um novo avanço do garimpo ilegal.
O governo federal anunciou a presença de uma “casa de governo” em Roraima para tratar das ações na terra yanomami e a instalação de três bases de vigilância no território, com previsão de gastos de R$ 1,2 bilhão.
A situação dos indígenas yanomamis é extremamente preocupante, com elevados números de mortes, desnutrição e surtos de malária. É essencial que o governo brasileiro tome medidas efetivas para lidar com essa crise humanitária e garantir a segurança e saúde dessas comunidades indígenas.