Relatório aponta falhas e vulnerabilidades em penitenciária federal de Mossoró, facilitando a fuga de detentos de facções criminosas.

Relatório aponta falhas em vigilância que facilitaram a fuga dos detentos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. De acordo com a Divisão de Inteligência da unidade, foram identificadas 124 câmeras inoperantes entre as 192 instaladas, o que comprometeu a qualidade das imagens e a área de cobertura, dificultando a visualização da movimentação dos fugitivos.

Os detentos, integrantes do Comando Vermelho e transferidos para Mossoró após uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, conseguiram escapar aproveitando uma vulnerabilidade estrutural: a área existente atrás das luminárias das celas, mais especificamente o shaft, que foi encontrada destrancada devido à corrosão por ferrugem. A fuga aconteceu em maio de 2021 e, mesmo que falhas estruturais tenham sido corrigidas, os fugitivos continuam sendo procurados pelas autoridades federais e estaduais nos arredores de Mossoró.

O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que esteve em Mossoró para avaliar a situação, comentou as falhas estruturais do presídio, afirmando que já foram corrigidas imediatamente e que estão sendo avaliadas para verificar se se repetem em outros presídios do país. Já o secretário de políticas penais, André Garcia, garantiu que não há fragilidade e que se trata de um caso pontual que não se repetirá.

A dupla de fugitivos chegou a invadir uma casa e fazer uma família refém por várias horas, onde roubaram celulares e alimentos. Segundo o Ministro, a área onde os detentos se encontram é rural e extensa, apresentando obstáculos como grutas e estradas vicinais que dificultam a captura. Além disso, a ocorrência de chuva atrapalhou os trabalhos de captura previstos para o domingo.

Esse tipo de penitenciária, modelo existente desde 2006, abriga detentos líderes de facções como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), e há cinco presídios desse tipo no país, localizados em Mossoró, Catanduvas (PR), Campo Grande, Porto Velho e Brasília. A unidade de Catanduvas, no Paraná, foi a primeira desse modelo, inaugurada em junho de 2006.

O Ministério da Justiça afirmou que está investigando o caso e que a qualidade das imagens das câmeras operantes e a área de cobertura já foram corrigidas, mas a fuga dos detentos levanta preocupações sobre a segurança dessas unidades federais. Ainda não há informações sobre a captura dos fugitivos e as autoridades continuam em busca de pistas para localizá-los.

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