A quantidade de óbitos torna a Operação Verão 2024 a segunda ação mais letal da história de São Paulo, ficando atrás apenas do massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 homens foram mortos durante a invasão da Casa de Detenção.
Durante os 17 dias de fevereiro, a quantidade de homicídios registrados na Baixada já supera o número de 40 dias da Operação Escudo, que ocorreu na mesma região entre julho e setembro após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, 30, também da Rota, que foi baleado em serviço.
As investidas policiais ocorrem principalmente nas periferias das cidades de Santos, São Vicente e Guarujá e contam com a presença de praças e oficiais da Rota e do 3º Batalhão de Choque, com sede na Vila Maria, zona norte da capital.
Há relatos de abuso e violência policial, incluindo práticas de execuções sumárias, destruição de câmeras de vigilância das ruas e não utilização de câmeras corporais por policiais de batalhões que deveriam usá-las, segundo a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.
Segundo informações de 26 boletins de ocorrência, 14 homicídios da Operação Verão ocorreram em Santos, sendo 6 em confrontos com a Rota. Em São Vicente, foram registradas 5 mortes, incluindo um confronto com policiais da Rota.
Em Guarujá, três homens foram mortos em uma mesma ação, e segundo o secretário da Segurança, Guilherme Derrite, um deles era uma das lideranças do tráfico na região. No entanto, a reportagem apurou que esse mesmo homem havia relatado perseguição por parte da Polícia Militar durante a Operação Escudo, um fato que gerou investigação, mas não encontrou indícios que comprovassem a queixa.
Além disso, outras quatro pessoas foram mortas em supostos confrontos na Baixada Santista, indicando um cenário de violência e confrontos que tem chamado a atenção e gerado preocupação. A situação levanta questões sobre os métodos das forças policiais e a necessidade de garantir que a atuação policial seja pautada pelo respeito aos direitos humanos e pela busca pela segurança pública de forma justa e responsável.