Operação Verão resulta em 30 mortes na Baixada Santista, tornando-se a segunda ação mais letal da história de São Paulo.

A Baixada Santista tem vivido momentos de tensão e violência após o assassinato do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35, no último dia 2. As ações policiais que se seguiram resultaram na morte de ao menos 30 pessoas em supostos confrontos com policiais militares até esta terça-feira (20).

A quantidade de óbitos torna a Operação Verão 2024 a segunda ação mais letal da história de São Paulo, ficando atrás apenas do massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 homens foram mortos durante a invasão da Casa de Detenção.

Durante os 17 dias de fevereiro, a quantidade de homicídios registrados na Baixada já supera o número de 40 dias da Operação Escudo, que ocorreu na mesma região entre julho e setembro após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, 30, também da Rota, que foi baleado em serviço.

As investidas policiais ocorrem principalmente nas periferias das cidades de Santos, São Vicente e Guarujá e contam com a presença de praças e oficiais da Rota e do 3º Batalhão de Choque, com sede na Vila Maria, zona norte da capital.

Há relatos de abuso e violência policial, incluindo práticas de execuções sumárias, destruição de câmeras de vigilância das ruas e não utilização de câmeras corporais por policiais de batalhões que deveriam usá-las, segundo a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.

Segundo informações de 26 boletins de ocorrência, 14 homicídios da Operação Verão ocorreram em Santos, sendo 6 em confrontos com a Rota. Em São Vicente, foram registradas 5 mortes, incluindo um confronto com policiais da Rota.

Em Guarujá, três homens foram mortos em uma mesma ação, e segundo o secretário da Segurança, Guilherme Derrite, um deles era uma das lideranças do tráfico na região. No entanto, a reportagem apurou que esse mesmo homem havia relatado perseguição por parte da Polícia Militar durante a Operação Escudo, um fato que gerou investigação, mas não encontrou indícios que comprovassem a queixa.

Além disso, outras quatro pessoas foram mortas em supostos confrontos na Baixada Santista, indicando um cenário de violência e confrontos que tem chamado a atenção e gerado preocupação. A situação levanta questões sobre os métodos das forças policiais e a necessidade de garantir que a atuação policial seja pautada pelo respeito aos direitos humanos e pela busca pela segurança pública de forma justa e responsável.

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