Governo e PT liberam base aliada para aprovação do fim das saidinhas de presos em datas comemorativas no Senado.

Senado aprova projeto que acaba com saidinha de presos em datas comemorativas

Em uma votação realizada nesta terça-feira (20), o Senado aprovou o projeto que põe fim às saídas temporárias de presos em datas comemorativas, as chamadas “saidinhas”. A proposta foi aprovada por 62 votos a favor, 2 contrários e 1 abstenção, e agora retornará para a Câmara dos Deputados, onde já havia sido aprovada em 2022 por 311 votos a favor e 98 contra.

Um ponto de destaque foi a liberação dos senadores da base aliada pelo governo e pelo PT durante a votação. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), ressaltou que não faria sentido contrariar a orientação de todos os partidos da base aliada e que, por isso, não houve discursos contrários ao projeto de lei durante a sessão. Apenas os senadores Rogério Carvalho (PT-SE) e Cid Gomes (PSB-CE) votaram contra o projeto, e Wagner foi o único a se abster.

O ex-ministro da Justiça e futuro ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino (PSB-MA), não participou da votação, uma vez que fez seu último discurso na tribuna do Senado horas antes. Em relação aos demais senadores, não votaram os petistas Humberto Costa (PT-PE), Teresa Leitão (PT-PE) e Paulo Paim (PT-RS), além do emedebista Marcelo Castro (MDB-PI) e do bolsonarista Wellington Fagundes (PL-MT).

A questão da segurança pública, especialmente durante o governo Lula (PT), tem sido um dos pontos mais debatidos. Críticas apontam para a desarticulação e promessas não cumpridas durante a gestão de Dino, enquanto o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, enfrentou sua primeira crise no comando da pasta com apenas 13 dias no cargo, após a fuga inédita de dois detentos na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Ao longo de 2023, o governo tem enfrentado críticas e desafios na área da segurança, equilibrando-se em uma corda bamba que inclui a defesa dos direitos humanos, acenos aos policiais militares e declarações sobre o enfrentamento ao crime organizado, vistas como desastradas e de viés bolsonarista.

A atuação na área tem sido alvo de conservadores, que reclamam da leniência do governo, e progressistas, que veem prioridade na lógica de guerra às drogas. A votação do projeto sobre as saidinhas dos presos é mais um capítulo nesse complexo cenário que envolve questões de segurança pública e direitos criminais.

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