A primeira fuga do sistema foi considerada grave e levou o Ministério da Justiça e Segurança Pública a pedir a nomeação de mais policiais penais federais e o reforço das muralhas nas quatro outras unidades. Os presos que escaparam de Mossoró utilizaram materiais da própria cela e de uma obra no pátio da penitenciária. As investigações ainda apuram se houve facilitação da fuga.
Entendendo como funciona a rotina nos presídios federais, é possível destacar regras rígidas de visitação e controle com câmeras e gravação de áudio a todo o tempo.
As unidades foram criadas a partir de 2006, começando com a inauguração em Catanduvas, no Paraná, concluindo as obras três anos depois. Posteriormente, foram inauguradas as penitenciárias em Campo Grande (MS), Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e, em 2018, em Brasília.
O objetivo das unidades, anunciado pelo governo em 2003, era desarticular o crime organizado a partir do isolamento e da vigilância constante de lideranças de facções, além de membros considerados perigosos para a sociedade. A periculosidade dos presos é determinada, por exemplo, pelo papel estratégico ou por ser uma liderança de organização criminosa.
As penitenciárias têm um rígido controle de rotina e de visitas, com regras específicas para cada situação. As celas são inspecionadas frequentemente, e as visitas acontecem apenas por parlatório ou por videoconferência, com agendamento. Todo o controle é realizado por um número de agentes que varia entre 200 e 250, de acordo com informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Apesar das promessas do governo Michel Temer em 2017, não há planos para a construção de mais unidades de presídios federais no governo Lula, segundo a coluna Painel da Folha de S. Paulo.
Portanto, a fuga de presos em Mossoró trouxe à tona a necessidade de reforço na segurança dos presídios federais e levantou discussões sobre a eficácia desse sistema no Brasil. A falta de planos para a construção de mais unidades também coloca em questão se o país está preparado para lidar com detentos de alta periculosidade de forma eficiente.