Vacina contra dengue chega pelo SUS e falta nas farmácias, enquanto casos crescem 2.600% na região.

A explosão dos casos de dengue nos últimos meses tem levantado a expectativa pela vacina contra a doença. No entanto, a problemática reside no fato de que a vacina estará disponível apenas para poucos locais e algumas pessoas. O laboratório Takeda, fabricante da Qdenga, está priorizando sua produção para atender ao sistema público de saúde, o SUS (Sistema Único de Saúde). Nas farmácias, já há falta do imunizante.

Na região, os casos de dengue cresceram 2.600% comparando as seis primeiras semanas de 2023 com o mesmo período deste ano. As redes de drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo informaram que a procura por testes aumentou 2.000% em janeiro, comparado com o mesmo período de 2023. Somente entre dezembro e janeiro, o aumento foi de 170%. Já quanto às vacinas, o aumento foi de 400% comparando dezembro com janeiro, com mais de 1,3 mil doses aplicadas somente no último mês.

Produtos relacionados, como repelentes, também tiveram uma alta de 200%. A rede que reúne as farmácias Raia e Drogasil também registrou um aumento na procura. Para quem já tomou a primeira dose nessas redes, a segunda dose estará disponível. A procura por testes para detecção de dengue também cresceu, mas não há falta de testes.

O custo é um dos principais pontos negativos para a vacina, que depende de duas doses com um intervalo de três meses entre cada aplicação, totalizando um custo de cerca de R$ 700. No entanto, segundo o médico infectologista e professor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Juvêncio Furtado, do ponto de vista individual a vacina é bastante efetiva para o cidadão que toma.

Para o médico, a melhor e mais barata solução é cuidar dos quintais e cobrar que as prefeituras cuidem das áreas públicas. A situação de mais casos e até de mortes em relação à dengue é causada pela falta de cuidado, principalmente da população, em relação aos locais propícios para a reprodução do mosquito.

Furtado ressalta que é preciso falar sobre o assunto nas escolas, nos meios de comunicação, nos postos de saúde, e que as pessoas precisam combater os criadouros do mosquito. “Todo ano é assim, desde que o mosquito foi reintroduzido no país nos anos 70 que nas épocas de chuva os casos aumentam, mas as pessoas relaxam”, sustenta o médico.

Portanto, a situação exige um esforço conjunto da população em adotar medidas preventivas e de conscientização sobre os riscos e consequências da dengue. Nesse sentido, a vacina é uma das ferramentas para combater a doença, mas é importante que a população esteja informada sobre suas opções e participe ativamente na prevenção.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo