Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB – FGV, enfatizou que, apesar das fragilidades de um crescimento anual concentrado e influenciado por commodities, a economia brasileira demonstrou resiliência. Ela destacou o desempenho da agropecuária, que foi fundamental para o crescimento do PIB em 2023, com aproximadamente 30% do crescimento da economia atribuído a essa atividade, especificamente ao desempenho da soja na região Centro-Sul do país. Porém, vale ressaltar que o crescimento econômico não foi uniforme em todas as regiões do país.
Além disso, Trece apontou o desempenho positivo da indústria e do setor de serviços em 2023. No setor de serviços, o crescimento foi generalizado, ao contrário do que foi observado na indústria. No que diz respeito à demanda, o consumo das famílias cresceu 3,2% em 2023, impulsionado pelo consumo de serviços, apesar de ter perdido força ao longo do ano.
Entretanto, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), medida dos investimentos no PIB, apresentou uma retração de 3,4% no ano de 2023. A importação de bens e serviços também registrou queda de 1,1%, influenciada negativamente pelos bens intermediários e produtos da extrativa mineral. Por outro lado, a exportação de bens e serviços teve um crescimento de 9,5% em 2023.
Em termos monetários, o PIB atingiu R$ 10,740 trilhões em 2023, em valores correntes. Já o PIB per capita chegou a R$ 52.611, mantendo a trajetória de crescimento retomada em 2021, embora em nível ligeiramente inferior ao observado em 2013 e 2014. A taxa de investimento da economia também foi divulgada, atingindo 18,1% em 2023.
Assim, todos esses dados demonstram que, apesar das adversidades enfrentadas ao longo do ano, a economia brasileira mostrou resiliência e conseguiu apresentar um crescimento significativo em 2023. O desempenho positivo de setores-chave, como a agropecuária e os serviços, foi crucial para impulsionar o PIB e sinalizar perspectivas mais otimistas para a economia brasileira.