Nobre foi um pioneiro ao reger a Royal Philarmonic Orchestra de Londres, em 1990, sendo o primeiro brasileiro a realizar tal feito. Além disso, ele teve a oportunidade de reger diversas outras orquestras internacionais de renome, como a Orchestre Philharmonique de l’ORTF em Paris e a Orquesta Filarmónica del Teatro Colón em Buenos Aires, entre outras. O maestro também atuou como professor visitante em prestigiadas instituições musicais, como a Universidade Yale, Juilliard School, University of Texas e Indiana University.
Sua vasta produção de obras é publicada por editoras renomadas, como Max Eschig (Paris), Boosey & Hawkes (Inglaterra) e Marlos Nobre Edition (Rio de Janeiro). Marlos Nobre possui um catálogo com um total de 460 obras e, segundo ele, não pretende parar por aí, já que está compondo uma nova obra encomendada para grande orquestra, intitulada “Sinfonia Elektron”.
Além de seus feitos como regente e compositor, Nobre teve papel importante na gestão de instituições e organismos culturais, tendo dirigido o Instituto Nacional de Música da Fundação Nacional das Artes (Funarte) em 1976, presidido o Conselho Internacional de Música da Unesco em Paris no período de 1985 a 1987, e passado a dirigir a Fundação Cultural de Brasília em 1988.
O maestro também se destacou ao receber o Prêmio Tomás Luís de Victoria da Sociedad de Derechos de Autor (SGAE) em Madrid, Espanha, em 2005. Em sua extensa carreira, Nobre teve a oportunidade de conviver com grandes nomes da música mundial, como Alberto Ginastera, Leonard Bernstein, Penderecki, Lutoslawski, Olivier Messiaen, e até mesmo colaborou com o desenvolvimento de programas específicos de música contemporânea na Rádio MEC.
No entanto, apesar de toda sua bagagem e contribuições para a música clássica brasileira, o professor Henrique Cazes observa que a música de concerto de autores brasileiros tem perdido espaço nos últimos anos. Ele ressalta que Marlos Nobre, junto com Edino Krieger, foi um dos últimos compositores a ter ampla divulgação e espaço midiático. Nobre teve a oportunidade de apresentar suas peças em programas televisivos e em grandes concertos, despertando a curiosidade e interesse do público.
O compositor também teve composições utilizadas em filmes premiados, como “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” de Glauber Rocha. Além disso, recentemente, compôs o concerto para violoncelo e orquestra executado por Antônio Menezes durante as celebrações de seus 80 anos. A vasta e rica trajetória de Marlos Nobre destaca-se tanto por suas conquistas como pela importância de sua música na cena mundial, principalmente na música clássica brasileira.