Unigel cada vez mais perto da recuperação judicial com execução de dívidas de R$500 milhões por detentores de debêntures

A Unigel, uma grande indústria química, está enfrentando um momento delicado em relação a suas finanças. Com o prosseguimento da execução de dívidas pelos detentores de R$ 500 milhões em debêntures da companhia, a empresa está mais próxima de uma possível recuperação judicial. Este pedido de execução foi encaminhado ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) pela Vórtx, agente fiduciário das debêntures, na quinta-feira, 15, após o vencimento, no dia 12, do prazo de 60 dias obtido pela companhia para não execução de dívidas e paralisação de ações.

Após a Unigel obter na Justiça uma tutela de urgência cautelar para mediação, conforme previsto na Lei de Recuperação Judicial e Extrajudicial, a trégua de 60 dias terminou. Segundo advogados, este prazo é irrevogável perante a lei, e o próximo passo pode ser um pedido de recuperação judicial.

Os debenturistas, representados pelo escritório Lefosse, justificam a continuidade da execução na ausência de um acordo e no fato de que a Unigel deveria ter apresentado o pedido principal de recuperação judicial, o que não ocorreu até o prazo estipulado. A companhia tem evitado a recuperação judicial e negociado tanto com os debenturistas quanto com detentores de títulos de dívida emitidos no exterior (bondholders).

Apesar das indicações de dificuldades em anunciar uma solução financeira e um acordo com seus credores, a Unigel tem afirmado que as negociações têm avançado positivamente. No entanto, a companhia começou a romper compromissos com estes credores em setembro do ano passado, quando deixou de pagar US$ 23,2 milhões em juro dos “bonds”.

A situação da Unigel tem origem na queda dos preços das commodities de químicos, após ter ingressado em vários projetos de expansão que ficaram inacabados. A empresa precisa também realizar investimentos adicionais da ordem de US$ 20 milhões em uma fábrica de ácido sulfúrico e de US$ 1 bilhão para concluir uma planta de hidrogênio.

Além das conversas com os credores, a Unigel colocou alguns ativos à venda e contratou bancos para encontrarem investidores para algumas de suas plantas. A companhia também anunciou acordo de venda de sua unidade no México, a Plastiglas, para o grupo mexicano Verzatec, especializado na fabricação de chapas plásticas reforçadas com fibra de vidro, mas o negócio ainda não foi concluído. Esta situação tem mantido a Unigel em uma posição delicada e em busca de alternativas para contornar seus problemas financeiros.

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