Após a Unigel obter na Justiça uma tutela de urgência cautelar para mediação, conforme previsto na Lei de Recuperação Judicial e Extrajudicial, a trégua de 60 dias terminou. Segundo advogados, este prazo é irrevogável perante a lei, e o próximo passo pode ser um pedido de recuperação judicial.
Os debenturistas, representados pelo escritório Lefosse, justificam a continuidade da execução na ausência de um acordo e no fato de que a Unigel deveria ter apresentado o pedido principal de recuperação judicial, o que não ocorreu até o prazo estipulado. A companhia tem evitado a recuperação judicial e negociado tanto com os debenturistas quanto com detentores de títulos de dívida emitidos no exterior (bondholders).
Apesar das indicações de dificuldades em anunciar uma solução financeira e um acordo com seus credores, a Unigel tem afirmado que as negociações têm avançado positivamente. No entanto, a companhia começou a romper compromissos com estes credores em setembro do ano passado, quando deixou de pagar US$ 23,2 milhões em juro dos “bonds”.
A situação da Unigel tem origem na queda dos preços das commodities de químicos, após ter ingressado em vários projetos de expansão que ficaram inacabados. A empresa precisa também realizar investimentos adicionais da ordem de US$ 20 milhões em uma fábrica de ácido sulfúrico e de US$ 1 bilhão para concluir uma planta de hidrogênio.
Além das conversas com os credores, a Unigel colocou alguns ativos à venda e contratou bancos para encontrarem investidores para algumas de suas plantas. A companhia também anunciou acordo de venda de sua unidade no México, a Plastiglas, para o grupo mexicano Verzatec, especializado na fabricação de chapas plásticas reforçadas com fibra de vidro, mas o negócio ainda não foi concluído. Esta situação tem mantido a Unigel em uma posição delicada e em busca de alternativas para contornar seus problemas financeiros.