Senador propõe obrigatoriedade de aviso sobre proibição de exigência de dados pessoais em lojas.

Senador propõe projeto de lei para exigir aviso sobre proibição de exigência de dados pessoais em lojas

O senador Angelo Coronel (PSD-BA) está propondo um projeto de lei que poderá obrigar as lojas a afixarem um aviso sobre a proibição de exigir dados pessoais dos clientes sem uma explicação adequada sobre como esses dados serão utilizados. O PL 4.530/2023 ainda não tem um relator designado e está em tramitação na Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC).

A justificativa para este projeto se baseia nos abusos praticados por empresas na utilização de dados pessoais dos consumidores. De acordo com o senador, o aumento da fiscalização por parte da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) tem revelado casos de drogarias e farmácias compartilhando ilegalmente informações dos clientes com programas de fidelização que oferecem pontos e promoções. Angelo Coronel acredita que seu projeto poderá diminuir essas práticas.

O texto proposto inclui uma determinação para que os estabelecimentos comerciais e de serviços tenham um aviso em tamanho de fácil leitura e em local de fácil visualização, informando a proibição da exigência de dados sem uma informação clara e adequada ao consumidor sobre o tipo de tratamento que será dado a eles. Este tipo de tratamento se refere a qualquer operação feita com o dado pessoal, como coleta, armazenamento e compartilhamento, de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Além disso, o projeto também inclui a proteção no Código do Consumidor, vedando os comerciantes de exigirem dados no ato da compra sem o devido esclarecimento. Caso o projeto seja aprovado, a proteção e o tratamento adequado de dados passarão a ser direitos do consumidor. O senador também sugere aumentar em até o dobro a multa aplicada aos infratores das normas da LGPD, podendo chegar a R$ 100 milhões por infração.

O projeto agora está previsto para tramitar na Comissão de Comunicação e Direito Digital (CCDD), que dará a decisão definitiva no Senado. A proposta ainda pode sofrer emendas antes de ser votada. O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) apresentou uma emenda para suprimir a alteração na multa, alegando que o aumento proposto é desproporcional e poderia inviabilizar a manutenção das empresas infratoras após o pagamento. A discussão sobre estas mudanças promete ser longa e complexa, principalmente diante das novas exigências legais sobre a proteção de dados pessoais. Ainda há muito a ser debatido e deliberado antes que o projeto possa se tornar lei.

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