A obra estava coberta por uma camada de tinta branca, mas um especialista identificou, abaixo dela, cores vivas e imagens de flores, bem como uma outra pintura, em uma terceira camada, na qual o tema central é a figura de três moças, com uma assinatura inicialmente pelas letras “NA”, seguido da letra “M” e pelas letras “TTI” ao final.
Segundo Baccaro, a obra foi levada para o ateliê de Schafer, que tinha sido recomendado devido ao seu reconhecimento no mercado das artes por seus modernos processos de limpeza, recuperação e tratamento de obras artísticas, mas acabou desaparecendo sem explicação após 15 meses.
Os advogados de Baccaro afirmaram à Justiça que a obra desaparecida foi avaliada em R$ 1,2 milhão e que Schafer foi negligente na proteção da obra. Já os advogados de Schafer argumentaram que o ateliê era protegido por um sistema de alarme conectado a uma central, com sensores de movimento, e que nenhum sinal de invasão foi detectado. Segundo eles, a obra foi furtada por alguém que tivesse livre acesso ao local. O restaurador afirmou ainda que não havia nenhuma prova da autenticidade da obra e que o valor atribuído a ela era fantasioso.
O juiz que proferiu a sentença destacou que Schafer falhou ao guardar a tela e tratou o furto como uma mera fatalidade, afirmando que o furto não é um evento imprevisível quando se trata de uma obra de arte. Durante a decisão, o magistrado também citou uma perícia judicial que mostrou que havia chance real de a tela desaparecida conter obras de Anita Malfatti, e que os valores da condenação serão atualizados por juros e correção monetária.
Ainda cabem recursos à decisão final.