Apesar do apelido, Machão nunca foi de brigar, era conhecido por seu carisma e simpatia por onde passava. Além disso, ele seguia o legado do pai, José Telles, o Zé da Gráfica, assumindo o papel de Papai Noel, distribuindo presentes para as crianças do bairro durante sete anos seguidos.
Mesmo após a morte do pai, Marco continuou a tradição e, junto com outros voluntários, se envolvia na logística para arrecadação de brinquedos, que começava a ser estruturada em maio. No último Natal, foram distribuídos três caminhões lotados com 4.000 kits de presentes, tornando o fim de ano da garotada mais feliz.
No entanto, Marco enfrentava uma batalha pessoal, lutando contra um câncer há alguns meses. Mesmo assim, ele manteve-se firme e entregou presentes em dezembro. Poucas pessoas sabiam da doença, e Machão preferiu manter sigilo sobre o assunto. Sua luta silenciosa emocionou a comunidade, que se uniu em apoio ao Papai Noel do bairro.
Após o falecimento de Marco, a comunidade do Bixiga se mobilizou em reconhecimento ao legado deixado por ele. Machão não teve filhos, mas foi capaz de tocar a vida de inúmeras crianças, tornando-se o Papai Noel de um bairro inteiro. Seu exemplo de solidariedade e gentileza deixou uma marca profunda naqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-lo.
A morte de Marco Paulo Telles entristeceu toda a comunidade do Bixiga, mas seu legado de amor ao próximo e dedicação àqueles que mais precisam permanecerá vivo na memória de todos. A história de Machão é um exemplo de como um simples gesto de carinho e solidariedade pode fazer a diferença na vida das pessoas.