SÃO PAULO – Criação de abelhas nativas sem ferrão é essencial para polinização da flora e agricultura familiar, com incentivo do Estado de São Paulo.

Criação de abelhas nativas sem ferrão ganha incentivo da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo

Um dos principais impactos ambientais positivos para a manutenção da flora nativa e para a agricultura familiar é a criação de abelhas nativas sem ferrão. Responsáveis por 90% do processo de polinização, essas abelhas também são fundamentais para a produção de mel, cera e própolis. Por isso, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil) tem investido esforços no incentivo a meliponários, reunindo-os em um cadastro para ampliar a assistência aos produtores.

Em um total de quase 2,5 mil productores incluídos no cadastro até dezembro, 773 deles foram registrados ao longo do ano de 2023. O Brasil é um dos locais com maior ocorrência de abelhas nativas, com 250 espécies. Apenas no Estado de São Paulo, 54 espécies já foram identificadas. A capital paulista se destacou ao longo do ano passado, obtendo o maior número de adesões (282), seguida por Campinas (80), Ribeirão Preto (71), São José dos Campos (59) e Sorocaba (49).

O cadastramento, que inicialmente estava voltado para criadores que já possuíam colônias de abelhas nativas sem ferrão, continua ativo no portal da Semil. O objetivo da secretaria é apoiar o máximo possível de criadores, visando monitorar e incentivar os cuidados com a espécie.

A medida ainda reforça a segurança dos meliponicultores, que desde a regulamentação da atividade em 2021, estão autorizados a realizar o manejo reprodutivo para a formação de novas matrizes e comercializar produtos por meio de troca de informações.

Segundo o subsecretário de Meio Ambiente, Jônatas Trindade, “Sabemos a importância das abelhas no contexto do reflorestamento. É fundamental que tenhamos esse olhar para um cultivo seguro e consciente, de forma que os cultivadores possam contar com o apoio e monitoramento por parte do Estado”.

O cadastro para os interessados em iniciar o cultivo deve ser realizado junto ao início das atividades. O registro é autodeclaratório, tem validade por 10 anos e deve ser atualizado sempre que houver alguma mudança. Basta acessar o Sistema Integrado de Gestão da Fauna Silvestre (Sigam) no ícone GeFau. O banner “Meliponicultor” mostra as informações necessárias, como a lista de espécies que ocorrem no Estado para criação e o manual do meliponário com um passo a passo para a realização do cadastro.

Vale ressaltar que as abelhas nativas, apesar de serem chamadas de sem ferrão, possuem um ferrão atrofiado e não utilizam como estratégia de defesa. Sendo abelhas mansas, elas não representam riscos para os seres humanos. Elas utilizam diversos locais para construir seus ninhos, como troncos de árvores, fendas entre rochas, cavidades feitas por outros animais e até mesmo estruturas feitas pelo homem.

Com o incentivo do governo de São Paulo, a criação de abelhas nativas sem ferrão tem se fortalecido no estado, garantindo não apenas a sustentabilidade ambiental, mas também a geração de renda para os produtores.

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