A administração do Aeroporto Santos Dumont recebeu a informação da Polícia Federal na segunda-feira de que haveria um embarque de Bolsonaro, mas o embarque não ocorreu, de acordo com a Infraero. Em situações diferenciadas de embarque e desembarque, as autoridades podem solicitar esse tipo de procedimento, sempre seguindo o regulamento vigente nos termos do programa nacional de segurança da aviação civil contra atos de interferência ilícita.
Além disso, o jornal Folha de S.Paulo revelou que o pedido de atendimento especial informava que Bolsonaro estaria acompanhado de Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor e um dos alvos da operação da PF que investiga tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Também integrava a comitiva Andriely Cirino, capitão do Exército, e o segurança Jossandro da Silva.
No entanto, segundo o advogado e assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, Tércio Tomaz já está em Brasília desde a semana passada e deixou a residência onde Bolsonaro passou as férias logo após a operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal. Por determinação judicial, ele não pode se comunicar com o ex-presidente.
Na quinta-feira, 8, o celular de Tércio Arnaud Tomaz foi apreendido pela PF. Ele é considerado um dos pilares do “gabinete do ódio”, grupo responsável por produzir conteúdo falso e promover ataques a adversários políticos. Durante a gestão de Bolsonaro, ele administrava as redes sociais do ex-presidente e, em julho de 2020, foi alvo de uma ação do Facebook que removeu páginas ligadas a uma rede de perfis falsos e de disseminação de fake news.
Até o momento, a assessoria de imprensa do ex-presidente Jair Bolsonaro não se manifestou sobre os motivos da desistência de embarcar. A solicitação de atendimento especial e a situação envolvendo Tércio Arnaud Tomaz geraram especulações e levantaram questionamentos sobre a influência do ex-assessor no círculo do ex-presidente. A Polícia Federal continua investigando o caso, e novos desdobramentos podem surgir nas próximas semanas.