Segundo Alex Da Silva, líder comunitário, a situação vivida pelas famílias afetadas é “um inferno”. As consequências dos tremores e subsidências de terras têm causado danos emocionais e materiais irreparáveis. O representante das famílias afetadas enfatiza a necessidade de justiça diante do cenário devastador.
A empresa Braskem alega ter oferecido indenizações financeiras, apoio psicológico e auxílio na mudança de residência para os afetados. A empresa reportou ter pago bilhões em indenizações e ajudas financeiras para mais de 18 mil pessoas afetadas pelo desastre.
Entretanto, as famílias alegam que as indenizações oferecidas não cobrem todos os danos sofridos, resultando na busca por uma indenização completa. Os advogados das famílias afirmam que a ação na Holanda é necessária, visto que o acordo no Brasil não contemplou todas as perdas sofridas. A expectativa é de que o tribunal de Roterdã defina a responsabilidade da Braskem e aborde a questão da indenização de forma mais abrangente, considerando tanto os danos materiais quanto os danos morais das vítimas.
O caso tomou uma dimensão internacional, com o tribunal holandês considerando a competência de julgar a ação, dada a ligação inextricável da Braskem SA e suas subsidiárias com a cidade de Roterdã. Dessa forma, o tribunal deve deliberar sobre a responsabilidade da empresa antes de avançar para a questão das indenizações.
As histórias das vítimas revelam o impacto devastador do desastre. O relato de Maria Rosângela Ferreira Da Silva, que foi forçada a sair de sua casa após os tremores, demonstra a dimensão emocional do desastre. Ela perdeu sua mãe, que teve sua saúde debilitada e faleceu de Covid-19 em decorrência das condições desencadeadas pelo desastre. A busca por justiça e indenização reflete a luta das vítimas para reconstruir suas vidas e superar as perdas irreparáveis. A representação das famílias no tribunal holandês evidencia a busca por reparação diante da dimensão devastadora do desastre em Maceió.
