A Viradouro fez um desfile tecnicamente perfeito ao levar para a Sapucaí o enredo “Arroboboi Dangbé”, que explorava o culto vodum às serpentes, uma tradição religiosa da Costa Ocidental africana. Sob os cuidados do carnavalesco Tarcísio Zanon, a escola mergulhou no cosmo do vodum, trazendo raízes ancestrais vivas para a avenida.
A grande festa na quadra da Viradouro teve início antes mesmo do anúncio oficial da vitória. Com a leitura do penúltimo jurado do último quesito da apuração, fantasia, a escola de Niterói se consagrou campeã, com uma diferença de 7 décimos em relação à vice-campeã, a Imperatriz Leopoldinense. A felicidade tomou conta da quadra e a escola registrou o momento em suas redes sociais.
No entanto, a vitória da Viradouro foi alvo de recursos de outras agremiações, que alegaram que a escola havia excedido o número limite de componentes na comissão de frente. Segundo o regulamento, o máximo de integrantes permitidos na ala é de 15 pessoas. O presidente da Liesa afirmou que os pedidos seriam analisados em uma reunião futura, mas ressaltou que, mesmo com uma possível penalidade, o resultado não se alteraria, pois a diferença de pontos era maior do que os que seriam retirados com uma punição.
A rainha de bateria da Viradouro, Erika Januza, emocionada, falou sobre a vitória da escola e enalteceu a dedicação e paixão de sua comunidade. A Viradouro conquistou seu terceiro título, acalmando os corações daqueles que esperavam a vitória desde o desfile de 2023, quando a agremiação conquistou o vice-campeonato. A escola de Niterói fez história com um desfile memorável, repleto de emoção e devoção à cultura africana.