Repórter São Paulo – SP – Brasil

Ibovespa fecha em baixa em sessão mais curta, em reação à inflação nos EUA e ajustes no mercado exterior.

Hoje, o Ibovespa retomou os negócios em baixa, após a pausa do feriado de Carnaval. A sessão mais curta buscou se alinhar ao ajuste do dia anterior nos mercados do exterior, que havia sido marcado pela cautela devido à inflação acima do esperado nos EUA. Este fator trouxe impactos para as bolsas, o dólar e os Treasuries.

No pregão de hoje, o humor externo foi melhor do que o de ontem. No entanto, o índice da B3 fechou em baixa de 0,79%, aos 127.018,29 pontos. Esta foi a quarta perda consecutiva para o índice, aproximando-o de uma série de cinco sessões negativas em outubro passado. Com o vencimento de opções sobre o Ibovespa, o giro financeiro subiu a R$ 40,9 bilhões. Em fevereiro, o Ibovespa cedeu 0,57% e, no ano, caiu 5,34%.

Segundo Gabriela Sporch, analista da Toro Investimentos, o ajuste de hoje foi motivado pelo CPI de janeiro nos Estados Unidos, que mostrou alta de 3,1% ao ano, frente à expectativa de 2,9% para o mês. Este indicador gerou desaceleração ante a leitura de 3,4% ao ano no mês anterior. A analista ainda destaca que o feriado prolongado na China pela passagem do ano-novo lunar também influenciou o dia de hoje.

Apesar da relativa descompressão nos rendimentos dos títulos públicos americanos, a curva de juros avançou nesta quarta-feira no Brasil, com os DIs pressionando as ações do ciclo doméstico, mais sensíveis às taxas. No Ibovespa, destaques para Rede D’Or, Eneva e SLC Agrícola, que fecharam em baixa. Já Alpargatas, Telefônica Brasil e BB Seguridade foram destaques de alta.

Entre as ações de maior liquidez, quase todas fecharam em baixa, à exceção do BB, que avançou 1,35%. Metais e siderurgia também tiveram desempenho positivo, com CSN e Usiminas em alta. Vale e Petrobras, por outro lado, fecharam o dia no negativo.

De acordo com Gabriel Freitas, sócio e especialista da Blue3 Investimentos, o ajuste de hoje correspondeu a dois dias em que não houve negócios na B3, em razão do feriado. A perspectiva é de que os juros do Fed fiquem onde estão por algum tempo ainda.

Para Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, o CPI dos Estados Unidos teve impacto negativo, resultando na elevação dos DIs no Brasil. Este fator afetou os ativos associados ao desempenho da economia doméstica.

Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos, destacou que a economia americana ainda mostra-se aquecida, com o setor de serviços apresentando um nível elevado de emprego. Ele também ressaltou que o último degrau da inflação será mais difícil de cair, exigindo maior atenção.

Em resumo, o mercado brasileiro acompanhou a tendência de perdas nos mercados internacionais, refletindo o momento de cautela em relação à inflação nos EUA e sua possível influência sobre as políticas monetárias. Com a expectativa de que os juros permaneçam nos níveis atuais e considerando os impactos econômicos globais, o cenário para os investimentos segue incerto.

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