Fuga de presos de penitenciária de segurança máxima em Mossoró gera debate sobre eficácia do sistema prisional brasileiro.

A fuga de dois presos de uma penitenciária de segurança máxima em Mossoró (RN) nesta quarta-feira, chamou a atenção para a necessidade de repensar o atual modelo do sistema prisional, de acordo com Rafael Godoi, professor de sociologia da Uema (Universidade Estadual do Maranhão). Segundo o especialista, o modelo de super máxima não é eficiente e está sendo revisto em todo o mundo.

De acordo com Godoi, a promessa de solução através do isolamento não se cumpre e as unidades de segurança máxima acabaram sendo importantes no processo de nacionalização de organizações criminosas do Sudeste. A fuga dos dois presos foi a primeira ocorrência do tipo em penitenciárias de segurança máxima federal desde a inauguração do sistema em 2006. No entanto, o especialista aponta que a história do sistema de segurança máxima não começa em 2006, citando exemplos anteriores de fugas em penitenciárias com essa proposta.

Godoi afirmou que é necessário ter cautela nas avaliações do caso específico da unidade de Mossoró, uma vez que os detalhes sobre as circunstâncias da fuga não foram divulgados. No entanto, ele ressaltou que o caso terá o efeito de desmistificar a efetividade de isolar as lideranças do crime da forma como está sendo feito atualmente.

O pesquisador também apontou a necessidade de analisar penas alternativas para crimes sem violência e a habitabilidade dos locais, já que o aumento da população carcerária e as condições nas quais vive são instrumentos usados pelas organizações criminosas para conseguir membros.

No Brasil, há cinco presídios federais de segurança máxima, localizados em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Brasília (DF). A penitenciária de Mossoró foi inaugurada em 2009 e tem capacidade para até 208 presos.

A fuga dos dois presos levantou questões importantes sobre o sistema prisional brasileiro e a eficácia do modelo de segurança máxima. Com a necessidade de repensar as práticas e políticas adotadas, a sociedade e as autoridades competentes devem buscar soluções mais eficientes para garantir a segurança e o bom funcionamento do sistema carcerário.

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