Escolas de samba do Rio de Janeiro celebram a cultura indígena e africana em desfiles do Carnaval 2024.

O Carnaval é a maior festa popular do Brasil e, como tal, tem espaço para ser um palco de manifestações culturais e políticas. E foi exatamente isso que aconteceu no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro em 2024. Através de enredos que remetiam à história dos povos originários e à resistência negra, as escolas de samba do grupo especial levaram para a avenida narrativas que muitas vezes são silenciadas e esquecidas.

O Salgueiro, com o samba-enredo “Hutukara”, trouxe a história do povo yanomami, liderado por Davi Kopenawa, que também desfilou com a escola. Além disso, outras escolas como Grande Rio e Viradouro também trouxeram enredos que resgatavam mitos tupinambás e tradições religiosas africanas, respectivamente.

A Portela, por sua vez, trouxe um enredo inspirado na obra “Um Defeito de Cor”, de Ana Maria Gonçalves, colocando em destaque a ancestralidade e a resistência das mulheres negras. Além disso, a escola fez questão de incluir no desfile mulheres vítimas da violência, como forma de dar visibilidade a essas histórias.

É importante destacar que o Carnaval não é apenas uma festa, mas também um espaço de resistência e de manifestação cultural. Através dos enredos das escolas de samba, é possível resgatar histórias e dar voz a narrativas que muitas vezes são esquecidas ou silenciadas. A literatura e o samba, nesse contexto, se complementam, trazendo à tona questões fundamentais para a reflexão e o debate na sociedade.

Portanto, o Carnaval de 2024 no Rio de Janeiro foi marcado por enredos que resgataram a história e a cultura dos povos originários e da população negra, dando visibilidade a narrativas que muitas vezes são deixadas de lado. Mais do que uma festa, o Carnaval se mostrou, mais uma vez, como um espaço de resistência e de afirmação da diversidade cultural brasileira.

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