Unidos do Viradouro e Mangueira se destacam na segunda noite de desfiles no Rio e entram na disputa pelo título

Na segunda noite de desfiles das escolas de samba do Rio, as agremiações Unidos do Viradouro e Mangueira se destacaram no Sambódromo da Marquês de Sapucaí e se credenciaram na disputa pelo título. A competição conta também com a Imperatriz Leopoldinense, que foi o principal destaque da primeira noite, e outras escolas como Grande Rio e Beija-Flor, que se apresentaram no domingo, 11, e Mocidade Independente e Vila Isabel, que desfilaram na segunda-feira, 12.

A apuração dos pontos das escolas será na tarde de Quarta-Feira de Cinzas, dia 14 de fevereiro, na Praça da Apoteose, onde as seis escolas melhor colocadas voltarão a se exibir no desfile das Campeãs, na noite do próximo sábado, 17.

A Mocidade Independente de Padre Miguel foi a primeira escola a desfilar na segunda noite de exibições no sambódromo, a partir das 22 horas de segunda-feira. A agremiação da zona oeste do Rio discorreu sobre o caju e utilizou o samba mais famoso desta temporada para animar o desfile, contando a ligação do fruta com a história do Brasil e outras curiosidades. Embora tenha se destacado pela animação, a luxuosidade das fantasias e alegorias não foram comparáveis ao apresentado na noite anterior pela Grande Rio e pela Imperatriz Leopoldinense.

A segunda agremiação a desfilar foi a Portela, que apresentou um enredo sobre o racismo. O samba não empolgou tanto como o da Mocidade, mas as alegorias eram mais luxuosas. A exibição da escola uniu técnica e emoção, mas houve problemas com o primeiro carro alegórico, que quebrou ainda na concentração e teve de ser consertado às pressas.

A terceira agremiação a desfilar foi a Unidos de Vila Isabel, que reeditou o enredo de 1993, “Gbala – Viagem ao Templo da Criação”, baseada num conto religioso sobre a recriação do mundo pelas crianças. O samba é de autoria de Martinho da Vila, que completou 86 anos exatamente na segunda-feira e ganhou “Parabéns a Você” executado pela bateria, antes do início do desfile. A escola fez um desfile técnico e correto, com carros alegóricos bonitos e fantasias fáceis de interpretar, mas faltaram as surpresas com que o carnavalesco Paulo Barros costuma brindar o público.

A quarta escola a se apresentar foi a Mangueira, que homenageou a cantora Alcione, ilustre integrante da Verde e a Rosa e uma das fundadoras da Mangueira do Amanhã, versão mirim da agremiação. Ela desfilou no último carro alegórico, mas antes de se dirigir a ele, durante o “esquenta” na concentração, cantou à capela um trecho do samba-enredo. A escola fez um ótimo desfile, com fantasias e alegorias bem feitas e coloridas, mas uma escultura que representava a própria Alcione no último carro alegórico quebrou, o que deve tirar décimos da escola no quesito “alegorias e adereços”.

A quinta escola a desfilar foi a Paraíso do Tuiuti, que retratou a Revolta da Chibata e homenageou o marinheiro João Cândido. Embora o tema tenha sido muito bem apresentado, foi um desfile morno, e a escola deve ficar fora do desfile das campeãs.

A Unidos do Viradouro encerrou a segunda noite de desfiles das escolas de samba do Rio com o enredo “Arroboboi, Dangbé”, sobre o vodun Dangbé, culto do candomblé Jeje representado pela serpente. A escola fez um desfile de muito luxo e brilho e de fácil compreensão e vai disputar o título novamente. O samba não chegou a empolgar a plateia, mas os integrantes da escola cantaram a plenos pulmões. A exibição terminou às 5h55 desta terça-feira, aos gritos de “é campeã”.

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