Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), as mortes resultaram de ações da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e Polícia Civil, que estariam investigando o crime contra o policial militar Samuel Wesley Cosmo, assassinado durante um patrulhamento em Santos.
O caso mais recente aconteceu no domingo (11), quando um homem, suspeito de envolvimento em atividades ilícitas, foi alvejado durante um suposto confronto e acabou não resistindo aos ferimentos. Além disso, no sábado (10), outro homem foi morto depois de resistir à ordem de parada das autoridades, que estariam averiguando uma denúncia de transporte de armas.
Moradores da Baixada Santista têm denunciado abordagens violentas, execuções e torturas por parte da polícia, gerando grande preocupação por parte das autoridades. A Ouvidoria da Polícia de São Paulo, Defensoria Pública, e parlamentares como os deputados estaduais Eduardo Suplicy (PT) e Mônica Seixas (PSOL) têm se mobilizado para investigar e denunciar as ocorrências.
A SSP afirmou que todos os casos estão em processo de apuração e ressaltou que, somente neste ano, seis policiais foram mortos em todo o estado de São Paulo. A terceira fase da Operação Verão, que conta com reforço de policiais de batalhões de diversas regiões, da Rota e do Comando de Operações Especiais (COE), está em andamento.
Diante dos relatos de violações de direitos humanos durante a chamada Operação Escudo, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, manifestou preocupação em relação à atuação da polícia na Baixada Santista. A prefeitura de São Vicente, por sua vez, cancelou o carnaval de rua na cidade em razão da falta de segurança.
A operação Escudo, que visa combater o crime na Baixada Santista, foi iniciada após a morte de um policial em 2023 e resultou em 28 mortes em 40 dias de duração. A socióloga Giane Silvestre, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, criticou a abordagem violenta da polícia e defendeu que medidas de prevenção e investigação qualificadas são fundamentais para preservar a vida das pessoas.
Na avaliação da especialista, a lógica de enfrentamento adotada pelas forças policiais deixa os agentes mais vulneráveis a ataques, ressaltando a importância de lidar com a violência de forma preventiva e com foco na preservação da vida.