O pagodão baiano: da periferia ao topo do Carnaval brasileiro em três décadas – de Tonho Matéria aos sucessos de Ivete Sangalo

O pagode baiano é um estilo musical marcante que vem, há décadas, embalando o Carnaval e arrastando multidões por toda a Bahia. Com raízes na periferia de Salvador e influências do samba-de-roda e da chula, o pagode baiano se estabeleceu como protagonista no reino do axé e fincou seus pés no Carnaval, sendo um dos estilos mais populares e queridos pelos foliões.

A ascensão desse ritmo tem uma história marcada por diversos momentos e artistas que contribuíram para sua consolidação. Foi em 1994 que o “Melô do Tchaco”, do cantor e compositor Tonho Matéria, saiu das rodas de samba da periferia para ganhar as rádios de Salvador e ultrapassar as barreiras da Bahia ao chegar ao programa da Xuxa, na TV Globo. O sucesso dessa música foi um marco para o pagodão baiano, abrindo portas para outros grupos e artistas que ganharam destaque a nível nacional.

Bandas como É o Tchan, Terra Samba, Companhia do Pagode, Harmonia do Samba e Psirico moldaram e revolucionaram o estilo, cada uma trazendo suas próprias influências e contribuições para a evolução do pagode. A mistura de ritmos, as letras cativantes e as coreografias marcantes tornaram o pagode baiano um fenômeno que conquistou não apenas a Bahia, mas todo o Brasil.

Artistas como Leo Santana, Márcio Victor (Psirico) e Ivete Sangalo também tiveram papéis fundamentais na consolidação e propagação do pagode baiano, se tornando verdadeiros ícones do gênero. Esses artistas, com suas músicas animadas e performances energéticas, conquistaram o coração do público e garantiram o lugar do pagodão como um dos ritmos predominantes do Carnaval.

Além disso, a influência do pagode baiano se estendeu para outros estilos musicais, como o funk, o sertanejo e o piseiro, ampliando ainda mais seu alcance e impacto na cena musical brasileira. A consolidação do pagodão como um dos ritmos mais populares e queridos do país é reflexo do talento, da autenticidade e da força das comunidades periféricas que o criaram e o mantiveram vivo ao longo das décadas.

Com um repertório vasto e diversificado, o pagode baiano mostra sua versatilidade e capacidade de se reinventar, mantendo suas raízes na periferia e celebrando a cultura e a identidade do povo baiano. Sua ascensão e influência permitem que o pagode baiano seja reconhecido como um legado musical que marcou gerações e continua a encantar e unir foliões em todos os cantos do Brasil.

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