Noite de desfiles no Sambódromo homenageia personalidades afro-brasileiras e celebra a cultura nacional com enredos impactantes

O Sambódromo do Rio de Janeiro foi palco do segundo e último dia de desfiles do Grupo Especial, e a noite foi marcada por enredos que homenageavam personalidades e histórias da população afro-brasileira. Cantora Alcione, o livro Um Defeito de Cor, o almirante negro João Cândido e divindades africanas foram os destaques da noite.

A Mocidade Independente de Padre Miguel deu o pontapé inicial, trazendo para a avenida o enredo intitulado Pede caju que dou… Pé de caju que dá!, celebrando a importância do caju na cultura nacional e contando a história da fruta desde os povos originários até os dias atuais.

Em seguida, a Portela apresentou o enredo Um defeito de cor, baseado no livro homônimo de Ana Maria Gonçalves. A escola buscou retratar a história de Kehinde, uma mulher escravizada ainda criança na África que viveu boa parte da vida no Brasil, em busca de um filho perdido, que seria Luiz Gama, famoso abolicionista, jornalista, poeta e advogado brasileiro.

A Unidos de Vila Isabel trouxe o enredo Gbalá – viagem ao Templo da Criação, reeditando um enredo apresentado pela escola em 1993, narrando histórias yorubá desde os primórdios da humanidade e atualizando a mensagem para refletir a responsabilidade humana com o planeta e as futuras gerações.

Já a Mangueira celebrou a história de vida da cantora Alcione com o enredo A negra voz do amanhã, contando a trajetória da artista desde sua infância no Maranhão até sua consagração no mundo do samba e da música brasileira. Em 2024, Alcione completa 50 anos de carreira.

A Paraíso do Tuiuti apresentou o enredo Glória ao almirante negro, que retratou a trajetória revolucionária de João Cândido Felisberto, conhecido por liderar a revolta da Chibata em 1910, um episódio que buscava acabar com as práticas violentas e maus tratos da Marinha em relação aos marinheiros negros.

Por fim, a Unidos do Viradouro fechou as apresentações com o enredo Arroboboi, Dangbé!, liderado pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, trazendo o mito de uma serpente vodum que se tornou uma divindade após uma épica batalha entre reinos da antiga região da Costa da Mina, na África.

O segundo dia de desfiles do Grupo Especial no Sambódromo foi marcado por enredos que celebraram a cultura afro-brasileira e homenagearam figuras importantes, deixando os espectadores extasiados com toda a grandiosidade e criatividade das escolas de samba.

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