Derretimento do gelo no Ártico coloca ursos-polares em risco de fome e morte, alertam cientistas em estudo publicado na Nature Communications.

Pesquisadores observam ursos-polares enfrentando a fome à medida que o gelo marinho do Ártico derrete. A situação ocorre devido à dificuldade de adaptação desses animais a novas dietas em terra firme. A espécie normalmente se alimenta de focas-aneladas que capturam em blocos de gelo no mar, mas com o derretimento do gelo, muitos ursos passam mais tempo em terra, se alimentando de ovos de aves, frutos silvestres e grama.

No entanto, os animais estão perdendo peso rapidamente em terra, aumentando o risco de morte. O aumento das temperaturas globais é visto como a maior ameaça, pois os mares congelados do Ártico são cruciais para a sobrevivência dos ursos-polares, que usam o gelo marinho como plataforma para caçar focas-aneladas.

Para compreender como os animais sobrevivem à medida que o gelo desaparece, os pesquisadores acompanharam as atividades de 20 ursos-polares durante os meses de verão. Ao coletar amostras de sangue, pesar os ursos e equipá-los com coleiras equipadas com GPS e câmeras de vídeo, os cientistas conseguiram registrar os movimentos dos animais, suas atividades e o que comiam.

Foi observado que os ursos adotaram diferentes estratégias para sobreviver, como descansar e conservar energia ou procurar vegetação, frutos silvestres ou nadar para encontrar comida. No entanto, todas as abordagens falharam, com 19 dos 20 ursos no estudo perdendo massa corporal, em média um quilo por dia.

A situação preocupa os pesquisadores, pois os ursos-polares não possuem a capacidade de prolongar o período em que podem sobreviver em terra. Restam cerca de 26 mil ursos-polares no mundo, a maioria no Canadá, e as alterações climáticas são um fator-chave no seu declínio. Os pesquisadores acreditam que a espécie pode desaparecer de áreas onde o gelo marinho será perdido no futuro.

Embora pesquisadores anteriores tenham delineado os desafios que o clima representa nas próximas décadas, este novo trabalho levanta questões importantes sobre a capacidade de adaptação das espécies. O estudo foi publicado na Nature Communications.

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