Relatório revela que quase metade das espécies migratórias de animais selvagens está em declínio, aponta ONU.

Na conferência da Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS), realizada em Samarcanda, no Uzbequistão, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório alarmante sobre a situação das espécies migratórias de animais selvagens. De acordo com o relatório, quase metade das espécies migratórias do mundo está em declínio e mais de um quinto das 1.189 espécies vigiadas pela ONU está ameaçada de extinção.

O Brasil, durante a conferência, propôs a proteção de duas espécies de bagre com migrações extraordinárias, o dourado e a piramutaba, com o codinome manitoa. Estes peixes, assim como outras espécies migratórias como aves, morcegos, insetos, répteis, tartarugas marinhas, mamíferos marinhos e terrestres, estão enfrentando sérios desafios.

A diretora de conservação de espécies do WWF da Alemanha, Arnulf Köhncke, alerta que a natureza está em uma crise profunda e sistêmica. A poluição ambiental, destruição do habitat, pesca excessiva e comércio ilegal de animais selvagens são alguns fatores que impulsionam a extinção de espécies.

Segundo os dados do relatório, quase 44% das espécies listadas pela CMS estão com suas populações diminuindo significativamente e mais de um quinto delas está ameaçado de extinção. A rápida adoção de medidas intensivas de conservação é necessária para evitar que esses animais desapareçam em breve.

As espécies migratórias de animais selvagens dependem de áreas seguras de biodiversidade para sobreviver, no entanto, mais da metade dessas áreas não tem status de proteção. Consequentemente, para cada três de quatro espécies, existe o risco de redução ou perda total do habitat.

É importante ressaltar que muitas dessas espécies atravessam fronteiras nacionais durante suas migrações, enfrentando desafios adicionais devido à urbanização e à agricultura extensiva, o que dificulta sua movimentação e migração e ameaça sua sobrevivência.

As descobertas do relatório da ONU mostram que a ameaça a essas espécies é resultado das mudanças climáticas, da poluição ambiental e de práticas humanas não sustentáveis, como a pesca excessiva e a destruição de habitats essenciais. Portanto, é crucial que a comunidade global implemente ações concretas de proteção para evitar o colapso total dos ecossistemas.

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