Operação Escudo: Moradores da periferia denunciam execuções e abordagens violentas por policiais militares da Baixada Santista

Moradores da periferia da Baixada Santista denunciaram neste domingo (11) a prática de execuções, tortura e abordagens violentas por policiais militares da Operação Escudo. Os relatos foram colhidos na Baixada Santista por uma comitiva formada pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, Defensoria Pública e parlamentares, incluindo os deputados estaduais de São Paulo Eduardo Suplicy (PT) e Mônica Seixas (PSOL).

De acordo com os relatos, a população local e egressos do sistema prisional estão sendo alvo de abordagens truculentas e violentas, além de execuções e torturas. A deputada Mônica Seixas destacou que a sociedade e os territórios periféricos estão assustados com a situação, descrevendo a ação policial como um estado de exceção, onde a força policial age sem o devido processo legal, mandado judicial ou chance à ampla defesa.

A atual fase da Operação Escudo da polícia de São Paulo foi lançada como resposta à morte do policial militar da Rota Samuel Wesley Cosmo, em Santos, no último dia 2. Até o momento, 18 civis foram mortos em supostos confrontos com a polícia.

Segundo relatos, os policiais estariam ameaçando jovens usuários de drogas e aviõezinhos, prometendo vingar a morte do policial e deixar filhos sem pais, como ocorreu do outro lado. A deputada Mônica Seixas descreve a situação como uma operação de vingança e barbárie, com relatos absurdos de violência e tortura.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) foi procurada para comentar as denúncias, mas ainda não se manifestou. Em nota enviada no sábado (10), a pasta informou que todos os casos estão sendo apurados e que, desde o início do ano, foram registradas seis mortes de policiais.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também manifestou preocupação em relação à atuação da polícia na Baixada Santista, citando relatos recebidos pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos sobre graves violações de direitos humanos durante a chamada Operação Escudo.

Além disso, a prefeitura de São Vicente, na Baixada Santista, cancelou o carnaval de rua na cidade devido à falta de segurança. Os eventos da região foram afetados pela situação, preocupando tanto moradores quanto autoridades. A operação da polícia tem gerado grande controvérsia e levantou questionamentos sobre o uso da força policial e a proteção dos direitos humanos. A preocupação com a violência e os abusos relatados coloca em evidência a urgência de ações para garantir a segurança e o respeito aos direitos dos cidadãos na região da Baixada Santista.

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