Ventania com velocidade de furacão atinge SC e gera debate sobre categorização de tempestades

Tempestades, ventos intensos e furacões invadem constantemente os noticiários nos últimos anos. No Brasil, um ciclone-bomba atingiu a cidade de Siderópolis (SC) com ventos de até 168,8 km/h, deixando um triste saldo de 13 mortos. A velocidade do vento, de acordo com os padrões usuais, qualificaria a tempestade como um furacão de força 2 na escala Saffir-Simpson de intensidade de ciclones tropicais.
Essa escala foi criada em 1971 por Herbert Saffir e Herbert Simpson, inicialmente incluindo critérios como magnitudes de precipitação e ressaca marinha, mas hoje é baseada exclusivamente na força do vento. No entanto, há debates sobre a necessidade de inclusão de uma categoria 6, uma proposta apresentada recentemente por pesquisadores.
A nova categoria, de acordo com Michael Wehner e James Kossin, teria início a partir de 309 km/h e se justificaria pela concentração de tempestades intensas nos últimos anos, que estão relacionadas à mudança do clima. Além disso, a inclusão de uma categoria 6 permitiria uma melhor comunicação de risco e danos, devido à tendência dos ciclones devastadores se tornarem mais frequentes.
Os pesquisadores alertam que a intensidade dos ciclones está diretamente relacionada com o aumento da temperatura na superfície do mar, resultando em tempestades mais poderosas. Isso traz à tona a necessidade de atenção para a questão do aquecimento global, que é agravada pelo Acordo de Paris (2015).
O Acordo estabeleceu que o aquecimento da atmosfera não deveria ultrapassar 2ºC, de preferência, não excedendo 1,5ºC acima da era pré-industrial. No entanto, o ano de 2023 foi o mais quente já registrado, indicando que o limite de 1,5ºC pode ter sido ultrapassado. Com projeções climáticas apontando para um aquecimento de 2ºC até a metade deste século, a duplicação da probabilidade de furacões da nova categoria 6 no golfo do México se torna uma possibilidade real.
Os exemplos de furacões como Katrina e Maria, que causaram milhares de mortes em decorrência de ventos intensos e chuvas torrenciais, trazem à tona a urgência em lidar com os impactos das mudanças climáticas. Por isso, a inclusão de uma categoria 6 na escala de intensidade de ciclones se mostra mais do que necessária diante do cenário atual.

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